Em novembro, o rebanho de bovinos e bubalinos de 18 estados e do Distrito Federal deve ser vacinado contra a febre aftosa. É a segunda etapa da campanha de 2009 e a previsão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é que 160 milhões de animais sejam imunizados.
No Pará, 18,1 milhões de bovinos e bubalinos, distribuídos em 1,2 milhões de km², serão imunizados contra a febre aftosa. Na primeira etapa, realizada em maio, 93,69% dos animais receberam a vacina. “A nossa meta é conscientizar os produtores rurais. Hoje, a área Centro-Sul do estado já tem o status de livre de febre aftosa com vacinação e queremos estender esse avanço às demais regiões”, explicou a chefe substituta do Serviço de Defesa Agropecuária (Sedesa), da Superintendência Federal de Agricultura no Pará, Adriana Célia dos Santos Silva.
Ao longo desse mês, a divulgação da campanha será feita por meio de emissoras de rádios, ações de educação sanitária e visitas às propriedades. “Para isso, contamos com o trabalho intenso dos fiscais federais agropecuários da superintendência no estado, da Agência de Defesa Agropecuária, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural e do Conselho de Veterinária”, informou Adriana Silva.
Já o Piauí, durante a primeira etapa da campanha, vacinou 91,7% dos animais. “Hoje, ainda temos o status de risco desconhecido, mas para avançarmos nessa questão, criamos uma agência de defesa agropecuária e 121 escritórios de atendimento à comunidade, com a presença de técnicos agropecuários. Além disso, temos 35 unidades de saúde animal e vegetal, onde atuam médicos veterinários”, enfatizou o chefe do Serviço de Defesa Agropecuária (Sedesa), da Superintendência Federal de Agricultura no Piauí, Airton Leôncio Dutra.
Para 2010, a meta do estado é instalar um escritório de atendimento em cada um dos 224 municípios. “Com isso, vamos facilitar o deslocamento dos produtores rurais na entrega da declaração da vacina e aumentar os índices de imunização do rebanho”, explicou Dutra.
No agronegócio, o Piauí é responsável por 9,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Ao todo, são 60,3 mil estabelecimentos de criação de bovinos. A região sul do estado destaca-se pela pecuária de corte, voltada à produção de bezerros para engorda. Já as regiões central e norte priorizam a produção de leite.
No Amazonas, estado que possui 62 municípios, a vacinação deve alcançar rebanho superior a um milhão de bovídeos (bois e búfalos). De acordo com a chefe do Serviço de Sanidade Agropecuária da Superintendência Federal de Agricultura no Amazonas (Sedesa/SFA/AM), Maria Cristina Bustamante, estão previstas vacinações assistidas em diversas propriedades desses municípios, principalmente naquelas que não vacinaram todo o rebanho na primeira etapa, em maio. “Durante a campanha, os fiscais também atualizam o cadastro dos animais e das propriedades. Isso facilita a formulação do trabalho estratégico na hora de fiscalizar o trânsito de bovídeos e contribui com o estado para estruturar formas mais eficazes de vacinação”, explica.
Os produtores rurais têm prazo, de até 15 dias após a campanha, para informar que vacinaram o rebanho. Eles devem se dirigir às unidades da Comissão Executiva Permanente de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Codesav) ou ao Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas.
O Amazonas recebeu investimento de R$ 7,2 milhões do Ministério da Agricultura e R$ 800 mil do governo estadual, em 2009, para contribuir com a mudança do status sanitário da febre aftosa. Atualmente, o estado é classificado como área de risco desconhecido para a doença. “A verba está sendo aplicada na melhoria da infraestrutura dos postos de atendimento da Codesav e do Idam e para aumentar o número de fiscais”, enfatizou Maria Cristina Bustamante.
No Paraná, a expectativa é superar 90% de imunização contra a febre aftosa, do total de 9,6 milhões de bovinos e bubalinos, na segunda etapa da campanha de vacinação, que se estende por todo o mês de novembro. Em maio, durante a primeira etapa, a cobertura vacinal alcançou 96,6% dos animais abaixo de 24 meses de idade.
Em 2008, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) restituiu reconhecimento ao Paraná como estado livre de febre aftosa com vacinação.
Segundo a chefe do Serviço de Defesa Agropecuária (Sedesa), da Superintendência Federal de Agricultura no Paraná, Juliana Azevedo Castro Bianchini, os produtores rurais devem entregar a declaração da vacina durante o período da campanha, que encerra no dia 30 de novembro. Os documentos podem ser entregues em uma das 96 Unidades Veterinárias Locais (UVLs) ou em um dos 347 escritórios de atendimento à comunidade, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
No estado do Amapá, no entanto, a campanha vai até 15 de dezembro. Esse estado é considerado área de risco desconhecido para a febre aftosa. Nesta etapa da campanha, a vacinação de todo o rebanho terá acompanhamento do Serviço Veterinário Oficial. A ação, promovida pelo Ministério da Agricultura e realizada por meio da Superintendência Federal de Agricultura no Amapá, vai contar com a colaboração de veterinários, técnicos e auxiliares de outras unidades da federação e do setor privado. Durante a mobilização, haverá também a vacinação de 60 mil suínos contra a peste suína clássica. Ao todo, 300 técnicos e fiscais federais agropecuários também vão vacinar cerca de 500 mil bovinos e búfalos contra a aftosa.
Reconhecimento Internacional – Todos os estados das regiões Centro-Oeste e do Sudeste, além de Rondônia, Acre, Tocantins, Bahia, Sergipe, Rio Grande do Sul, Paraná e a maior parte do Pará são territórios reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como área livre de aftosa com vacinação. Em maio de 2007, Santa Catarina alcançou o status de área livre sem vacinação e já não vacina mais o rebanho contra a febre aftosa desde o ano 2000.
No Brasil, são criados 200 milhões de bovinos e mais de um milhão de búfalos. Desse total, 89% dos animais estão em áreas livres de febre aftosa.
“Esta vacinação é mais uma etapa no cumprimento de um cronograma para atingir a meta de erradicação da febre aftosa do País. Em algumas regiões, onde a execução das atividades de prevenção encontram dificuldades, há necessidade de reforço e presença do Serviço Veterinário Oficial, como no Amapá e na “Calha do Rio Amazonas”, enfatizou o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Inácio Kroetz.
* Com informações do Mapa