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Briga de Galo

Ibama é contra briga de galo

Mais de cem pessoas são presas em operação contra brigas de galos no Nordeste. 400 animais foram apreendidos.

Ibama é contra briga de galo

Mais de cem pessoas foram presas acusadas de participar de rinhas de galo na Paraíba e em Alagoas. Cerca de 200 pessoas participaram da operação, entre policiais rodoviários federais e agentes do Ibama.

Em Maceió, foram presas 123 pessoas e 400 galos foram apreendidos. Em Alagoas, a ação foi feita com apoio da Polícia Civil e do Ibama, em Maceió e nas cidades de Santa Luzia do Norte e Satuba. Sete locais onde eram organizadas as disputas dos animais foram fechados.

Vários pontos da capital alagoana já foram identificados, dentre eles o Village Campestre, região da Via Expressa, e o Vergel do Lago, onde as apostas ilícitas ocorriam em uma igreja evangélica. Lá, um médico teria sido detido. As buscas foram em virtude de mandados expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital. “Denúncias anônimas foram feitas e o nosso pessoal foi infiltrado em meio aos apostadores. Eles serão autuados, mas responderão em liberdade. Os donos, por cada galo, ainda terão de pagar quinhentos reais”, explicou o inspetor Ricardo.

Ao chegar em um dos pontos da rinha de galo, no Village Campestre, a polícia encontrou 24 animais bastante debilitados em consequência dos ferimentos adquiridos enquanto estavam em combate. O local dá acesso para a residência de um dos acusados, identificado apenas por Josivaldo. “Isso aqui movimenta muito dinheiro. Nós encontramos um montante, em espécie e em cheques, e está tudo embalado. Não sabemos precisar, agora, o valor recolhido, mas tinha cheque de oitocentos, seiscentos”, disse o inspetor Marcos José da Silva.

No interior da rinha estavam pelo menos 50 pessoas, entre jovens e idosos. Todas, inclusive as que estavam apenas assistindo, também serão notificadas por meio de Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).

Em João Pessoa, na Paraíba, o Ibama, a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Florestal apreenderam 23 galos numa rinha no bairro do Rangel. Além dos animais, 23 gaiolas de viagem foram apreendidas com selos de transporte aéreo que sugerem que as aves foram transportadas do Rio de Janeiro para Recife de avião. A operação foi chamada de Gladiadores 2.

De acordo com informações levantadas pelo serviço de investigação da PRF, em João Pessoa acontecia o Campeonato Brasileiro de Galismo com participação de “competidores” e apostadores dos estados de Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e Brasília, além de argentinos e urugaios. As apostas chegavam a R$ 300 e a entrada para assistir as lutas custava R$ 30.

Ninguém foi preso em João Pessoa. A agente Keyla da PRF, chefe da sessão de policiamento e fiscalização, acredita que a informação de que haveria prisões “vazou” e que os envolvidos fugiram. “Chegamos a filmar as rinhas um dia antes, mas quando chegamos com as viaturas não tinha mais ninguém. O local estava abandonado. Todos fugiram deixando tudo para trás”, revelou.

O local é o mesmo onde foram presos os acusados da Operação Gladiadores, em agosto do ano passado. “Este local está interditado pela Justiça, mas mesmo assim estava todo reformado, com estrutura de luxo”, contou a agente.

O que mais chamou a atenção foram os valores investidos neste crime. No local, a polícia apreendeu uma moto que seria dada como prêmio e papéis que mostravam que uma única pessoa gastou R$ 6 mil em apostas. Outro prêmio que seria dado seria um carro zero km.

Cerca de 80 pessoas, entre policiais rodoviários da Paraíba e do Rio Grande do Norte, policiais florestais e fiscais do Ibama trabalharam nesta operação em João Pessoa.

Uma decisão foi da juíza da 5ª Vara da Fazenda da Capital, Maria de Fátima Lúcia Ramalho, liberou a prática das rinhas de galo por entender a violenta disputa como um esporte. Mesmo assim, a superintendência do Ibama na Paraíba informou que apesar da liminar o Instituto continuará o trabalho para combater essa prática.

Segundo o Ibama-PB, a liminar concedida pela juíza prevê que apenas a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) se abstenha de proibir e coibir as rinhas de galo no estado.