Mais uma semana de muito calor e chuva localizada no Estado, condições típicas da primavera. A temperatura máxima passou de 34 graus em Barretos, Ribeirão Preto, Presidente Prudente, Ilha Solteira e Votuporanga, enquanto a mínima oscilou entre 17 e 20 graus.
A umidade do solo continua adequada (76%); a condição é crítica apenas em Ilha Solteira, Jaboticabal e Taubaté, onde a reserva hídrica já caiu abaixo de 40%. A queda acelerada da umidade deve-se às altas taxas de evapotranspiração, acima de 4,5 milímetros na maior parte do Estado.
O calor causa estresse térmico nas espécies mais sensíveis, como hortaliças e legumes. Para essas culturas, a produção fica mais difícil até o fim do verão por causa do tempo quente e da chuva constante – o que eleva a incidência de pragas e doenças -, resultando na elevação nos preços e queda na qualidade de alguns produtos.
Safra de Verão
O tempo favorece a germinação e o estabelecimento das lavouras de milho, soja, amendoim e feijão, além de permitir um avanço mais rápido da semeadura da safra de verão. Este ano, além da antecipação do período chuvoso, a semeadura da safra de verão anda rapidamente por causa da liberação de crédito.
Nas áreas de soja os produtores devem monitorar as lavouras para impedir a propagação da ferrugem asiática. Nesta safra já foram identificados 23 focos da doença, em sete Estados. Em São Paulo, foi detectado um foco, em Ituverava, norte do Estado.
Nos cafezais o tempo favorece o desenvolvimento vegetativo das plantas e a manutenção de floradas sucessivas. Os cafeeiros de Franca, Garça, São José do Rio Pardo e Espírito Santo do Pinhal tiveram quatro floradas desde o fim de agosto. Esse quadro, associado à redução no tratamento fitossanitário e nas adubações dos cafeeiros, pode comprometer a próxima safra, baixando a produtividade e reduzindo a qualidade do produto colhido.
A chuva atrasou, mas não comprometeu a extração do látex nos seringais do noroeste paulista e a colheita da batata em Vargem Grande do Sul, Divinolândia e Casa Branca e das variedades tardias de laranja em Bebedouro, Matão e Itápolis.
*Fábio Marin é pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária. Para mais informações sobre tempo e clima, acesse