A produção de soja, milho e feijão da 1ª safra na região dos Campos Gerais terá um crescimento de 18,5% na safra 2009/10 e deve chegar a 3,06 milhões de toneladas, conforme estimativas do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). A área cultivada deve chegar a 691 mil hectares. Na safra 2009/10 muitos produtores de milho e feijão migraram para a soja, cuja área cultivada é 10,5% maior com relação ao ciclo anterior.
Os dados do Deral apontam que aproximadamente 490 mil hectares de soja foram cultivados na região, o que significa um incremento de 10,5% com relação à safra 2008/09, quando chegou a 435 mil hectares. Segundo o engenheiro agrônomo do Deral, José Roberto Tosato, esse aumento na área cultivada é resultante dos baixos preços pagos ao produtor de milho e feijão. “Os produtores migraram de cultura, já que o preço do milho permaneceu baixo durante toda a safra passada e não há perspectivas de melhoras tanto no mercado interno, quanto no externo”, relata Tosato.
O engenheiro acredita que outro fator que incentivou o produtor a apostar na soja é o fator de ser uma commoditie de mercado internacional, regida pela Bolsa de Valores de Chicago, com fácil liquidez no mercado, diferentemente do milho e do feijão. Além disso, o custo para o cultivo da soja é mais acessível. “O gasto para cultivar um hectare de milho é quase duas vezes maior que o da soja”, exemplifica.
Ao que tudo indica, conforme o Deral, as estimativas em torno da soja devem se concretizar, já que as condições climáticas são favoráveis para a cultura, que necessita de chuvas e períodos longos de sol. “O estádio de germinação foi excelente e o desenvolvimento vegetativo está acima das expectativas”, aponta. A estimativa é o rendimento médio da soja seja de aproximadamente 3,25 mil quilos por hectare, cuja produção deve chegar a 1,65 milhão de toneladas. A colheita inicia na segunda quinzena de fevereiro para as variedades mais precoces, com grande concentração em março e abril.
Área cultivada reduz 22%
As estimativas do Departamento de Economia Rural (Deral) apontam que a área cultivada deve reduzir na safra 2009/10 cerca de 22%, passando de 186 mil hectares na safra anterior para 146 mil hectares neste ciclo. Isso em função dos baixos preços praticados durante a safra 2008/09, o que desestimulou os produtores. Além disso, não há perspectivas de que os preços venham a melhorar a curto prazo, tendo em vista que a produção americana será significativa. As estimativas apontam para uma produção de 1,25 milhão de toneladas, com produtividade de 8,5 mil quilos por hectare. O clima ajudou na germinação do milho, sem falhas no desenvolvimento vegetativo. “A coloração da cultura verde-escuro demonstra que a planta está bem nutrida, com excelente desenvolvimento vegetativo”, aponta o engenheiro agrônomo do Deral, José Roberto Tosato. No momento, a maioria das lavouras está na fase de floração e frutificação e o volume de chuvas tem mantido a umidade do solo. “Na safra passada a cultura foi bastante afetada pela estiagem nos meses de novembro e dezembro, o que afetou os estádios de floração e frutificação que são os mais sensíveis à falta de chuva”, conclui.