A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) analisou que o decréscimo de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, conhecida como Selic, não terá um impacto substancial no setor do agronegócio no imediato. Tirso Meirelles, vice-presidente da Faesp, afirmou em comunicado que “o impacto da redução de 0,5 ponto percentual na Selic para o agronegócio será bastante modesto, uma vez que essa medida não influenciará de maneira prática o custo do crédito.” A declaração vem após o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) ter diminuído a taxa Selic de 13,75% ao ano para 13,25% ao ano.
De acordo com a análise da Faesp, a indicação do Banco Central sobre o ciclo de flexibilização da Selic é vista como positiva. Meirelles apontou que “o aspecto positivo é a orientação do Copom para futuros cortes na taxa de juros básica. Os dados de inflação mostram sinais de alívio, e a expectativa é de que continuem a diminuir, o que irá incentivar os investimentos e o crescimento da economia nacional, na qual o agronegócio desempenha um papel importante.”
Ele expressou a crença de que a possibilidade de a inflação ficar abaixo da meta nos próximos meses poderá abrir caminho para um “ciclo de corte mais rápido e profundo” nos juros, juntamente com a evolução da política fiscal. “A esperança reside no fato de que este possa ser o início de um ciclo de redução de taxas de juros que tenha repercussões significativas na diminuição dos custos de produção e operacionais do setor, levando, por conseguinte, a uma queda nos preços dos alimentos para os consumidores”, destacou. Meirelles ainda acrescentou: “Com uma diminuição mais acentuada da Selic e uma política monetária mais bem ajustada, o acesso ao crédito torna-se mais facilitado, uma vez que os produtores rurais que buscam empréstimos com taxas de juros variáveis poderão negociar operações com taxas de juros reais mais baixas.” Ele também ressaltou a necessidade de ajustes nas taxas de juros praticadas pelos bancos nos investimentos.