Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Abatido o último rebanho com febre aftosa no MS

O rebanho da Fazenda Bonanza, em Eldorado (MS), foi abatido neste domingo em conseqüência de um acordo entre o proprietário, José Moacir Turquino, e o Iagro, a agência de defesa sanitária animal daquele Estado.

Redação SI (23/01/06) – Os animais foram enterrados na propriedade. Assim que a propriedade tiver sido desinfectada, começará a correr o prazo de 180 dias para que o MS volte a ser declarado região livre de aftosa com vacinação – podendo, assim, normalizar as exportações

O acordo, obtido sexta-feira, levou à extinção do processo que Turquino movia na Justiça contra o Iagro e o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento para impedir o abate de seu rebanho – de 1.075 animais – até que fossem apresentadas provas conclusivas de contaminação da febre aftosa.

A Justiça Federal havia atendido o pedido de Turquino. O pecuarista receberá uma indenização de aproximadamente R$ 900 mil, mas fez questão de incluir no acordo sua recusa em aceitar que seu rebanho fosse portador do vírus da aftosa. “Concordamos com esse valor, mas não reconhecemos a existência de aftosa na propriedade”, disse o advogado Ricardo Jorge Rocha Pereira, que representa Turquino.

O pecuarista receberá cerca de R$ 850 por animal, contra R$ 550 em média pago aos proprietários dos outros 30 mil animais abatidos no estado.

Suspeita

A Fazenda Bonanza é suspeita pelo Ministério da Agricultura de ter introduzido o vírus da aftosa no Paraná. Um lote de 400 animais, comercializados no início de outubro em Londrina, teria manifestado sintomas da doença, segundo o Ministério, que apontou a Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira, norte do Estado, como foco da aftosa. A Fazenda Cachoeira adquiriu 209 novilhas da Fazenda Bonanza.

O governo do Paraná determinou o abate do rebanho da Cachoeira, de cerca de 1,8 mil animais criados em regime de confinamento, mas o proprietário, André Carioba, obteve liminar da Justiça Federal impedindo o sacrifício dos animais. A Justiça determinou ainda que o Ministério da Agricultura envie o resultado de todos os exames feitos nos animais da Fazenda Cachoeira. O prazo expira terça-feira, mas o Ministério informou que recorreria da decisão.

Uma comissão de seis técnicos da União Européia começa nesta segunda-feira a vistoriar propriedades rurais e frigoríficos do PR e MS para se informar das ações sanitárias adotadas contra os focos de aftosa detectados nesses estados. A missão européia ficará no Brasil até 3 de fevereiro.