Redação (17/02/06) – A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, em seu terceiro levantamento da safra de verão 2005/2006, aumento na área plantada do milho, safra de verão, de 531,1 mil hectares, ou seja, 5,9% superior à safra passada (9,02 milhões de hectares), chegando a um total plantado de 9,5 milhões de hectares. Em relação à produção, atualmente foi registrado acréscimo de 20,5% para a primeira safra, passando de 27,27 milhões para 32,87 milhões de toneladas.
A região Sul representa a maior produção do País com 48,6% da safra de verão e em seguida, a região Sudeste com 30,5%. O grande incremento na produção é do Rio Grande do Sul, com crescimento superior a 220% em relação à safra anterior, explicado pelo fato de que no ano passado esse estado sofreu severa estiagem, provocando enorme quebra na produção do grão. O estado do Paraná, apesar de ter sofrido forte estiagem, apresenta incremento na produtividade de 6,4% e de 12,5% de área plantada. Em conseqüência, as estimativas de produção foram elevadas em relação ao último levantamento e passaram de 8,34 milhões para 9,98 milhões de toneladas.
A produtividade dessa safra será melhor em 14% que a safra colhida no ano passado, com 3.442kg/hectare segundo a Conab. As estimativas da safra de milho de outros órgãos e consultorias apontam desde números como 30,5 milhões, devido à falta de chuvas em janeiro, até 34 milhões de toneladas. As cotações do milho no mercado interno seguem pressionadas, por causa da taxa de câmbio valorizada, que afeta a formação do preço interno e a margem de exportação, fazendo com que os preços fiquem abaixo dos preços mínimos e até mesmo abaixo do custo de produção.
Adicionalmente a esse fato, notícias a respeito de quebra de safra do milho aceleraram as compras por parte de consumidores em relação aos cereais substitutos do milho, como o triguilho e o sorgo, contribuindo ainda mais para aumentar a pressão no mercado interno. Atualmente, esses preços mínimos encontram-se a R$14,00/saca nas regiões Sul e Sudeste e em algumas partes do Centro-Oeste, para a paridade de exportação, no porto de Paranaguá o preço mínimo é de R$17,00/saca. É importante ressaltar que sempre nesta época do ano, devido ao início da colheita da safra de verão em todo o País, a logística é um fator significante em decorrência da ausência de espaço, dando prioridade ao escoamento da soja, causando, assim, pressão na venda do milho. A atuação do governo mais uma vez é de grande importância, afetando positivamente na comercialização do milho e também evitando que o preço caia abaixo do mínimo.
De acordo com o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado em 9 de fevereiro, atualmente o estoque mundial de milho é de 128,16 milhões de toneladas, volume 2,5% menor que na safra passada (131,43 milhões de toneladas), sendo que 61 milhões de toneladas referem-se somente ao volume do estoque americano.
Em 9 de fevereiro, os preços do milho no mercado físico fecharam a R$16,25/saca em Paranaguá e a R$17,05/saca em Campinas. As cotações dos contratos futuros de milho na BM&F encerraram-se em 10 de fevereiro a R$16,15/saca para o vencimento março/06; R$16,62/saca para maio/06; R$17,03/saca para julho/06, R$18,00/saca para setembro/06; e R$18,65/saca para novembro/06.
A volatilidade diária do contrato de milho com vencimento março/06 sofreu recuo desde o início de janeiro/06, evidenciando expectativas convergentes no que tange aos estoques de milho. Em janeiro de 2006, o mercado futuro de milho apresentou elevação de 30,5% no volume de contratos negociados em comparação com dezembro de 2005. O volume negociado nesse mês foi de 9.231 contratos, correspondentes a aproximadamente 252 mil toneladas, quando a comparação é feita com janeiro de 2005 o crescimento foi de 121,7%.