Redação (25/01/2008)- Produtores rurais de Lucas do Rio Verde (MT) estão enfrentando problemas com doenças de final de ciclo nas lavouras de soja. A antracnose, doença que atinge a fase inicial da formação das vagens, é a principal delas e já tem contaminado quase que a totalidade das lavouras do município. De acordo com o engenheiro agrônomo Rodrigo Pasqualli, coordenador do Centro de Pesquisas da Fundação Rio Verde, doenças como a antracnose podem comprometer a produtividade de uma safra.
“Praticamente todas as lavouras da região de Lucas do Rio Verde estão apresentando a antracnose nesta safra com mais intensidade do que ocorreu nos anos anteriores”, revela o engenheiro agrônomo, lembrando que outras doenças como a mancha alvo e a mela também estão sendo constatadas.
“Nos últimos anos o produtor rural concentrou suas forças no combate à ferrugem e alcançou êxito nisso. Mas, é preciso prestar atenção nas demais doenças que também geram reflexos negativos”, alerta Pasqualli, ressaltando que a ferrugem vem sendo eficazmente controlada, graças ao trabalho conjunto de agricultores, técnicos e da indústria química. No entanto, as demais doenças vêm causando reconhecidos danos e por isso a Fundação Rio Verde, com o apoio de uma empresa privada, está trabalhando em conjunto para orientar o produtor rural do município a fim de minimizar e, se possível, solucionar o problema.
A mosca branca, uma praga desconhecida do agricultor na região de Dourados (MS) até 2005, está infestando as lavouras de soja, colocando em alerta o setor agrícola por causa dos prejuízos que esse inseto pode provocar na saúde da planta e na produtividade. Ele suga a seiva e seus excrementos deixam as folhas escurecidas, prejudicando a fotossíntese.
Nas últimas duas safras, a mosca branca – que ataca também outras culturas – surgiu na região e a sua infestação chegou agora a "níveis preocupantes porque podemos dizer que já é uma praga instalada", definiu o agrônomo Gilberto Bernardi, que atua na área de assistência técnica rural.
Essa mesma posição tem o especialista em insetos Crébio José Ávila, da Embrapa Agropecuária Oeste. "A mosca branca apareceu no ano retrasado (2006), ainda sem uma explicação definitiva, e se alastrou na soja. O desequilíbrio biológico certamente está contribuindo para isso", observou o entomologista. Esses dois técnicos disseram ontem ao Correio do Estado que o controle é difícil.