Redação (03/04/2008)- Grãos são matérias primas energéticas ou alimentares? Esse foi o questionamento levantado pelo Dr. Antônio Mario Penz Junior durante o IX SBSA – Simpósio Brasil de Avicultura, que acontece em Chapecó de 01 a 03 de abril. A tendência mundial de buscar alternativas aos combustíveis fósseis, diminuir a emissão de gases poluentes impactou diretamente no custo do principal cereal da nutrição animal.
A discussão que iniciou com ambientalistas acabou na mesa dos consumidores. De acordo Mario Penz, professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), a disponibilidade e o preço dos grãos fará com que novos paradigmas se estabeleçam e antecipa que os atuais usos possivelmente não serão suficientes e/ou economicamente adequados. "Agora não são somente os animais que competem com os homens pelos alimentos. A sociedade, para manter suas condições de vida e de desenvolvimento, necessita desta energia, aumentando o seu preço e comprometendo o seu fornecimento como alimentos para certas populações", afirma o professor.
Segundo Penz, a relação entre o abastecimento e o consumo é complexa, principalmente em países distantes das fontes de produção, onde pode acontecer a falta de abastecimento do produto. "Países como China, Brasil e México tiveram seus estoques de milho reduzidos nestes últimos anos. Como a China e o Brasil não produzem etanol a partir do milho, as reduções de estoque podem ser explicadas pelo aumento do consumo humano (China) e pelo aumento do consumo pelos animais e pelas exportações (Brasil), tendo em vista que estes dois países não tiveram perda de produção nos últimos anos. Ao contrário, suas produções aumentaram", esclarece o especialista.
O SBSA é um dos eventos mais técnicos do calendário brasileiro e reúne este ano cerca de 700 veterinários, zootecnistas, técnicos, empresários e estudantes do setor avícola. As informações são da assessoria de imprensa do evento.