Redação (03/04/2008)- Especialistas afirmam que o consumo da carne faz bem ao ser humano Os primeiros suínos foram introduzidos no Brasil ainda em meados de 1500. Foram trazidos pelos portugueses para procriar, já que esse animal não existia naturalmente no país. Eles descendem dos javalis, que habitavam a Europa e a Ásia e que foram domesticados com o passar dos anos. Os animais sofreram grandes transformações nos hábitos.
Atualmente, o povo brasileiro consome cerca de 12 quilos de carne suína por ano, contra 36 quilos de carne bovina. Uma das intenções dos criadores é desmitificar os conceitos que a carne de porco carregam consigo.
Criação
Um dos pontos críticos da cadeia produtiva dos suínos é a falta de higiene, que pode levar a uma série de doenças e perdas na criação. A rotina diária de limpeza e desinfecção, após a retirada dos animais das instalações, pode ser definida como uma boa saída, o que claramente exerce boa influência na cadeia produtiva.
Em criações intensivas de suínos, a ocorrência de doenças está relacionada diretamente com o nível de contaminação ambiental. A limpeza e desinfecção devem ser feita nos diferentes segmentos da cadeia produtiva como na creche, no setor de produção, na baia dos cachaços, no setor de coberturas (montas), de gestação, de terminação, vazio sanitário, limpeza dos silos de ração e limpeza dos arredores das construções.
Benefícios
Atualmente, a criação de suínos para abate se destina à produção de carne, depois que ficou comprovado que sua gordura é rica em ácidos graxos saturados, prejudiciais à saúde humana e que, por esse motivo, já foi substituída pela gordura vegetal, na alimentação humana. Além disso, fatores econômicos também influíram na preferência por criar suínos para produção de carne, porque sua produção é mais barata que a própria gordura do animal.
O mais importante, no entanto, é que a sua proteína é de elevado valor alimentício, podendo suprir deficiências na alimentação humana em muitas regiões do planeta. Hoje em dia, a criação de porcos está baseada em raças médias, que oferecem uma carne economicamente mais barata e de elevado valor nutritivo, ou seja mais lucros aos criadores e boas características alimentícias para o consumo humano.
Qualidade
O médico nutrólogo, Maximo Asinelli, ressalta que as características físicas e químicas da carne de porco são imensas. "Além se serem saudáveis, sua maciez e sabor agradável, são fatores que tornam a carne de porco bem aceita pelos consumidores" e completa, "a carne de porco possui adequado teor de proteínas (19 a 20% na carne magra) com boa combinação de aminoácidos essenciais, apresentados em forma biologicamente disponível. Também é uma excelente fonte de vitaminas do complexo B, principalmente de Tiamina (B1), Riboflavina (B2) e Cobalamina (B12)", diz Maximo.
A Tiamina, por exemplo, é importante para o metabolismo das gorduras, carboidratos e proteínas, e essencial no sistema nervoso central e devido a isto é conhecida como vitamina antineurítica. Já a Riboflavina – só encontrada em tão grande quantidade na carne suína e no leite – é essencial para a formação de células vermelhas do sangue, para a ocorrência da neoglicogênese e na regulação das enzimas tiroideanas. A riboflavina combina-se com o ácido fosfórico nos tecidos, fazendo parte de duas coenzimas: a flavina mononucleotídio e a flavina adenina dinucleotíeo.
Essas enzimas participam dos processos de oxirredução nas células e como enzimas desidrogenases, que catalisam o primeiro passo na oxidação de intermediários do metabolismo dos ácidos graxos e da glicose e também estão envolvida na ativação da vitamina B6. A Cobalamina (B12) é importante no metabolismo dos ácidos nucléicos e essencial para o funcionamento de todas as células do organismo, especialmente no trato gastrointestinal, tecido nervoso e medula óssea. Atua também na maturação das células sangüíneas vermelhas e na formação da bainha de mielina. Esta envolvida no metabolismo das gorduras, proteínas e carboidratos e também do ácido fólico.
Mais vantagens
"A carne suína também se destaca pelo seu conteúdo de cálcio, fósforo e principalmente potássio, que tem importante função na normalidade da pressão sangüínea. E, como se sabe, a hipertensão tem alta prevalência na população humana e as principais indicações nutricionais para controlá-la são as de diminuir o sódio e aumentar o potássio", ressalta o nutrólogo.
Outro mineral importante da carne suína é o ferro, que é biodisponível e rapidamente assimilado pelo organismo. A deficiência de ferro é especialmente sentida pelas crianças e mulheres: público alvo de riscos de anemia. Ao consumir 85 gramas de carne suína, um indivíduo atende aos seguintes percentuais de suas necessidades diárias de nutrientes: 53% de tiamina (B1) , 33% cobalamina (B12) ,22% de fósforo, 20% de niacina (B3),19% de riboflavina (B2), 18% de piridoxina (B6),15% do zinco ,15% do zinco 11% do potássio , 7 % do ferro e 6% do magnésio.