Redação (07/04/2008)- Na quinta-feira, o Instituto de Economia Agrícola (IEA) – vinculado à Secretaria de Agricultura paulista – divulgou que seu índice de preços recebidos pelos produtores agropecuários (IqPR) fechou o mês com variação positiva de 3,75%. Na sexta, foi a vez da RC Consultores divulgar que seu indicador que mede o comportamento das cotações no atacado voltou a subir em março, pelo terceiro mês consecutivo.
No campo, informou o IEA, a maior pressão altista veio dos dez vegetais pesquisados, cuja média ponderada das oscilações resultou em salto de 4,8%. O tomate para mesa, por exemplo, disparou. A valorização de 159,46% em relação a fevereiro foi creditada pelo instituto à entrada no mercado de uma variedade de melhor qualidade em um momento de oferta restrita.
Outras elevações significativas de preços entre os vegetais foram as da laranja para mesa (18,48%), motivada pela demanda aquecida – por causa do calor – em época de entressafra, e da banana nanica (10,57%), atribuída ao reinício das aulas escolares. Também subiram o trigo (5,54%), a cana (0,37%) e a soja (0,36%), e houve recuos para amendoim (21,01%), café (4,48%), milho (1,32%) e arroz (0,26%).
No grupo de produtos animais, no qual a alta média foi de 1,15%, houve variações positivas para carne suína (7,55%), leite C (5,15%), carne bovina (4,09%) e leite B (3%). Caíram, em contrapartida, os valores pagos aos produtores de carne de frango (9,09%) e ovos (0,46%).
Ainda no campo, levantamento do Cepea/Esalq mostrou que, no caso do álcool combustível, os preços das vendas das usinas às distribuidoras recuaram na semana passada. O litro do anidro (misturado à gasolina) registrou queda de 1,55% em relação à semana anterior, para R$ 0,80765, enquanto o hidratado (usado direto nos tanques) teve baixa de 3,14%, para R$ 0,72138.
No atacado paulista, a cesta de 17 produtos pesquisados pela RC encerrou março com ganho de 0,4% sobre fevereiro, com destaques também para o tomate (83,1%), laranja (18,1%), trigo (9,2%), suíno (7,9%), leite B (6,8%), ovos (5,9%), açúcar (4,7%), batata (2,6%), algodão (1,7%) e boi gordo (1,4%). De acordo com a consultoria, as variações negativas ficaram por conta de feijão (10%), frango abatido (9,7%), arroz (7,1%), café (4,6%), soja (3,1%), milho (2,5%) e leite C (0,2%).
Do ponto de vista inflacionária, o alento é que o indicador da RC começa este mês de abril indicando retração média de 2,6%, puxada por laranja e ovos.