Redação (09/04/2008)- Os gaúchos enfrentaram este ano uma seca muito intensa nas regiões norte e noroeste do Estado. Oitenta municípios estão em situação de emergência. A soja e o milho foram as culturas mais afetadas.
No sítio do agricultor Renato Cossetin, em Bozano, no noroeste do Rio Grande do Sul, as 18 vacas leiteiras sofreram com a estiagem prolongada. A aveia e o azevem, cultivados na região para alimentar as vacas leiteiras não se desenvolveram plenamente. Com isso, o produtor teve usar a silagem bem antes do período esperado.
“Já começamos a usar em janeiro e fevereiro. E agora está no fim”, disse Cossetin.
Segundo a Emater, a seca no Rio Grande do Sul está limitada a uma porção que abrange parte do Norte e do Noroeste do Estado. A produção agrícola destas regiões também está sendo afetada. O produtor Carlos Ostwald colocou a máquina na lavoura em Giruá, também no noroeste do Estado. A idéia era colher 50 sacas de soja por hectare. Mas a média ficou em 15.
“Aqui na lavoura está péssimo porque não teremos colheita praticamente”, avaliou Ostwald.
A redução na produção do Estado é de 20%, cerca de dois milhões de toneladas a menos do que no ano passado. Por causa dessa redução, os produtores que têm lavouras financiadas já solicitaram o pedido de Pró-Agro. Na região Noroeste já foram feitos mais de cinco mil pedidos.
“O prejuízo deve girar em torno de 50% na maioria das lavouras, sendo que existem na região alguns locais onde houve chuva com maior intensidade e onde apresentaram melhor produtividade”, explicou Cláudio Reis, agrônomo da Emater.
