Redação (14/04/2008)- As exportações do agronegócio brasileiro aos países árabes renderam US$ 1,234 bilhão no primeiro trimestre, um aumento de 27% em comparação com o mesmo período do ano passado. O aumento foi superior ao das vendas externas gerais do setor, que ficou em 17,8% nos primeiros três meses de 2008. Os dados são do Ministério da Agricultura.
Entre as principais mercadorias embarcadas, as que mais cresceram foram as carnes bovina e de frangos, com vendas de US$ 684,6 milhões, um aumento de 51,3%; cereais, farinhas e preparações, com US$ 69,8 milhões, um crescimento de quase 800%; produtos florestais, com US$ 39,8 milhões, quase 15% a mais; lácteos, com US$ 33,3 milhões, um acréscimo de 140%; fumo, com US$ 24,5 milhões, uma ampliação de 48%; e outros produtos de origem animal, com US$ 15 milhões, 379% a mais.
Outros produtos cujas vendas aumentaram significativamente foram chá, mate e especiarias, com US$ 7,3 milhões, um crescimento de 617%; couros e produtos de couro, com US$ 5,8 milhões, 23,8% a mais; e frutas, com US$ 5,2 milhões, um aumento de 96,7%.
“O complexo carnes puxou o crescimento, mas outros tiveram bom aumento, como os lácteos e as frutas”, comentou o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Antonio Sarkis Jr. “Como nós previmos no começo do ano, são produtos que estão tendo bom desempenho”, acrescentou.
Para o diretor do Departamento de Promoção Internacional do Ministério de Agricultura, Eduardo Sampaio Marques, o Brasil é um dos poucos países que têm condições de ampliar sua produção e exportações agrícolas. “E os árabes são muito receptivos aos produtos brasileiros. Além disso, várias economias da região estão crescendo acima da média mundial”, afirmou.
O crescimento econômico, de acordo com Marques, provoca o aumento do consumo de proteína animal, ou seja, alimentos como carnes e leite. No caso das carnes, além da ampliação do volume exportado, as receitas com as exportações refletem o aumento do preço do produto no mercado internacional, fato que ocorre também com vários outros produtos do agronegócio. Como exemplo, o diretor citou o trigo, cujo preço dobrou de um ano para cá, e o arroz, que valorizou bem mais de 100% no mesmo período.
Na seara dos cereais, farinhas e preparações, Marques observou que o Brasil exportou uma grande quantidade de trigo no início do ano, especialmente ao Norte da África. Esse é um fenômeno raro, uma vez que o Brasil é um dos maiores importadores mundiais da commodity. Por problemas de logística, que encarecem o preço do frete, segundo ele, acaba sendo mais vantajoso para produtores do Sul do país exportar do que vender para as regiões Norte ou Nordeste. “Mesmo o Brasil sendo um grande importador de trigo isso é positivo, pois otimiza o negócio. Para compensar problemas