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Procura por variedades precoces de soja cresce com vazio sanitário

A partir do próximo dia 15 de Junho nove estados deverão ficar 90 dias sem plantar o grão.

Redação (17/04/2008)- A adesão dos estados do Paraná e Bahia ao vazio sanitário – estratégia no manejo da ferrugem asiática da soja – já na próxima safra a ser plantada deve impulsionar a corrida por variedades precoces tanto da parte dos produtores quanto das empresas que se apressam em fazer a multiplicação das novas sementes. A partir do próximo dia 15 de Junho nove estados deverão ficar 90 dias sem plantar o grão a fim de inibir a incidência da doença que já resultou em 2101 casos na safra 2007/2008.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é uma das instituições que já desenvolveram variedades de soja precoce – BRS 283 E BRS 284 – que estão sendo multiplicadas pelas suas conveniadas e no próximo ano estarão disponíveis ao produtor. “Já estamos pesquisando novos materiais para atender essa nova demanda por sementes mais precoces que hoje estão nas mãos apenas das multinacionais”, afirma Ademir Henning, pesquisador em fitopatologia e sementes da Embrapa Soja. As sementes da Embrapa possuem ciclo máximo de 120 dias.

Recentemente, a Syngenta também lançou três novas variedades de soja, todas elas caracterizadas pela alta precocidade. Com os lançamentos a empresa pretende abranger a quase todas as regiões produtoras que esperam acelerar a colheita da safra principal a tempo de investir na safrinha de milho.

Para Henning o desempenho das regiões que já adotaram o vazio nessa safra foi ótimo. “Além do atraso no início das aplicações houve redução no número e aplicações de fungicidas com economia no custo do controle”, avalia.

Ainda que apresentando bons resultados o vazio sanitário não livrou as regiões produtoras da principal praga que ataca a soja e nos últimos cinco anos já penalizou os produtores com R$3,45 bilhões em perdas. Da safra 2006/2007 para a atual a redução foi de 24,4%, mas o casos registrados ainda ultrapassam a marca dos 2 mil, sendo que Paraná e Bahia, participam com 1.038 e 64 casos, respectivamente.

O Mato Grosso, maior estado produtor, conseguiu bons resultados. “Estavam tirando soja com apenas 1,5 a 2 aplicações de fungicidas quando a média antes era de 3 a 4”, diz Henning.

Essa semana Glauber Silveira, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja) assinou uma carta aberta em que pede para que os sojicultores do estado adiem a compra dos fungicidas utilizados no combate à ferrugem asiática.