Empresas de todos os setores buscam rever seus processos para estarem cada vez mais aderentes ao ESG – environmental, social and governance. A famosa sigla mensura o quanto as organizações estão comprometidas em minimizar impactos sociais e ambientais de suas operações e se tornou parâmetro de análise de investidores, quando querem decidir onde aplicar recursos. “Além da importância da sustentabilidade dos negócios em si, o ESG se tornou requisito indispensável para uma empresa se manter competitiva no mercado. Fundos de investimento e investidores em geral olham com bastante atenção esses critérios na hora de definir seus aportes”, explica Marcos Untura, Head de Privacidade e Cibersegurança da keeggo, parceira de empresas e startups na transformação digital das organizações.
A pesquisa “Visão do Mercado Brasileiro sobre os Aspectos ESG”, realizada recentemente pela Bravo Research, mostrou que, apesar de ser um tema em alta, empresas ainda estão compreendendo sua relevância e seu impacto. Mais de 90% dos líderes e gestores entrevistados afirmaram que as boas práticas de sustentabilidade podem trazer ganhos, no entanto, 54% ainda não possuem uma área dedicada ao ESG em suas empresas e 63% não souberam quantificar quanto pretendem investir nisso. Ainda assim, 65% afirmaram pretender criar essa área nos próximos dois anos.
“A maioria das empresas já identificaram a necessidade de implantar ações de ESG em sua cultura interna, mas grande parte não sabe de fato por onde começar. As empresas que tiverem esse mindset bem estabelecido estarão à frente no mercado. Mensurar esses resultados é outro desafio, portanto, é preciso lidar com essa temática atuando de ponta a ponta e não somente em reuniões estratégicas da alta cúpula”, orienta Untura.
Como mensurar indicadores de ESG
A definição e mensuração de indicadores de ESG são um ponto importante do processo. As empresas podem escolher os indicadores que serão divulgados e alguns cuidados são importantes. Um artigo da Harvard Business Review indicou três erros comuns cometidos por líderes e gestores:
– Medir os sinais e ignorar os processos: é preciso considerar o que está além dos números e entender o que levou a esses resultados.
– Mensurar o que está aparente e ignorar o sistema: buscar a resolução de um problema sem considerar a complexidade na qual ele está inserido pode levar a decisões erradas.
– Nem sempre o que pode ser mensurado tem mais valor: as emissões de CO2 são um bom exemplo. Apesar de serem fáceis de medir e monetizar por meio de créditos de carbono, não costumam considerar os impactos na biodiversidade, cuja relação de causa e efeito é mais complexa.