Redação (29/04/2008) – A desculpa de que o gado foi vacinado e, por isso, o exame acusou febre aftosa está com os seus dias contatos. O chamado "falso-positivo" será questão do passado a partir do ano que vem, quando acredita-se que todas as indústrias brasileiras devem produzir a "vacina limpa" (livre de proteínas não-estruturais). O produto não deixa "rastros", ou seja, não acusa a presença do vírus quando é feita uma sorologia do rebanho.
Na próxima campanha de vacinação antiaftosa, que começa na quinta-feira, em 15 estados e no Distrito Federal – quando estima-se que 125 milhões de animais serão imunizados – os pecuaristas brasileiros já poderão adquirir o produto. A primeira empresa do setor a fabricá-la no Brasil é a Merial Saúde Animal, que investiu mais de R$ 6 milhões para o desenvolvimento do produto. "A partir de 2009 acredito que será obrigatório", diz o presidente da Merial, Alfredo Ihde. A fabricação de uma vacina "limpa" atende a uma exigência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O País produz, anualmente, cerca de 400 milhões de doses de vacina antiaftosa (convencional).
A vacina limpa da Merial somente induz anticorpos protetores contra as proteínas estruturais. Assim tem baixíssima possibilidade de apresentar resultados "falso-positivo" nos inquéritos soroepidemiológicos (quando indica positivo para febre aftosa por conta da vacina e não necessariamente pela presença do vírus no animal).