Redação (08/05/2008)- Os suinocultores de mineiros têm observado que os custos estão onerando a renda e dificultando o desenvolvimento da atividade. A esperança é que, com o início do período de baixas temperaturas no Estado, haja um incremento no consumo e uma possível recuperação nos preços.
Para o vice-presidente da Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (Asemg), José Arnaldo Cardoso Penna, mesmo com a safra de milho chegando ao mercado, os preços ainda não apresentaram quedas e continuam respondendo por boa parte da alta dos custos da suinocultura no Estado.
"Para obter melhores resultados muitos produtores estão procurando pelo mercado externo em função de preços. Os valores de mercado para venda estão estáveis enquanto os custos para produzir continuam em alta", afirmou.
Mesmo com esse cenário, a ASEMG – Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais –aposta na recuperação dos preços pagos ao produtor. Atualmente, o quilo do suíno vivo está em torno de R$ 2,75 para entrega do produto ao frigorífico. A perspectiva é que o preço do quilo possa chegar a R$ 3 até o mês de julho.
Minas produz aproximadamente 380 mil toneladas por ano e a tendência é que, em relação ao ano anterior, 2008 possa apresentar incremento entre 3% e 4%.
Milho – Segundo o vice-presidente o preço alto do milho é o principal entrave do setor, já que os preços estão muito acima da capacidade do setor em absorver e repassar esses aumentos. "Apenas o milho responde por cerca de 70% dos custos das rações. Por sua vez, a soja apresenta uma ligeira tendência de baixa no decorrer deste mês, que pode ajudar um pouco a amenizar os custos dos produtores. Mesmo assim, a soja responde por apenas 20% dos custos alimentares dos animais", explicou.
A expectativa é que as exportações de suínos no país apresente incremento de 10% e o mercado interno registre aumento na demanda no decorrer de 2008. "O segmento está utilizando o marketing como ferramenta para elevar o consumo da carne. No último ano, o país fechou com o consumo de 13 quilos per capita, enquanto o consumo mineiro ficou entre 19,5 quilos e 20 quilos por pessoa. Acredito no aumento de consumo entre 5% e 10% neste ano", projetou.
No último ano, o país exportou 606 mil toneladas de carne suína ante as 528 mil toneladas em 2006. De Minas, foram exportadas cerca de 10 mil toneladas em 2007 e, para este ano, a expectativa é dobrar ou ultrapassar os níveis de 2006, que foi de 32,5 mil toneladas.
Minas ocupa o quarto lugar no ranking de produção nacional, com uma média de 2,5 milhões de animais. Um dos maiores interesses dos produtores de suínos no Estado é aumentar o consumo cotidiano da carne em questão para isso a Asemg, em difunde e Minas a campanha "Um Novo Olhar sobre a Carne Suína", criada pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos, que objetiva desmistificar a carne suína e mostrar à população que a carne suína não consiste apenas em meia dúzia de cortes. “Existem diversas formas de se preparar a carne suína de forma saudável e atrativa, por isso apoiamos e difundimos esta importante campanha que surgiu para tornar maior o consumo de carne suína no mercado interno“ comentou João Bosco Martins, presidente da Asemg.