Redação (06/06/2008)- O produtor de frango, que atua no sistema integrado de aves de corte, recebe o suficiente para cobrir os custos de produção? Esta dúvida faz parte do dia-a-dia de produtores que atuam nesse segmento do agronegócio. Tanto que foi uma das questões discutidas entre os membros da Comissão Técnica de Avicultura da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) numa reunião, realizada em Curitiba, no dia 02 de junho. Diante disso, a Comissão espera que, até a primeira quinzena de julho, esteja concluído um levantamento sobre os custos de produção na cadeia de frango de corte no Paraná.
Para o presidente da Comissão, Amarildo Antônio Brustolin, é importante conhecer bem a viabilidade econômica da atividade. Isso porque, segundo ele, na elaboração de um projeto para o setor, tem-se uma visão. E após feitos os investimentos, o retorno fica aquém do esperado.
"Os avicultores, por terem linhas de crédito com bancos conveniados às agroindústrias, entram na atividade e instalam, por exemplo, uma granja de 1.700 metros quadrados. Eles gastam, em média, R$ 230 mil, acreditando que a atividade remunere o suficiente para liqüidar esse compromisso em oito anos", disse.
Mas segundo Brustolin, que representa o Sindicato Rural de Dois Vizinhos na Comissão, esses mesmos produtores dependem de outras fontes de produção para honrar esses compromissos dentro do sistema integrado de produção de frangos de corte. "A realidade é que um projeto de viabilidade aponta uma renda e o retorno, na verdade, mostra a inviabilidade do negócio. Com isso, há a necessidade de uma revisão de renda para os avicultores nesse sistema integrado", afirmou.
Já o produtor Júlio César Baptista Souza, representante do Sindicato de Mandaguaçu na Comissão da FAEP, lembrou que, além da compensação financeira, o avicultor que participa de um projeto precisam ter a garantia de que o negócio com a integradora terá continuidade. "Não vi nenhuma indústria de frango que parou de crescer. Isso é um fato. Além disso, a arrecadação de impostos no País não pára de crescer. O Brasil bate recorde de exportação de carne de frango. Os consumidores têm comido uma das carnes mais baratas que existem. E o produtor, como fica?", questionou.
A dificuldade do avicultor em pagar seus investimentos em aviários dentro dos prazos de financiamentos também foi ressaltada durante a reunião. Segundo o produtor Márcio Bernartte, que representa o Sindicato Rural de Toledo na Comissão, os avicultores do oeste do estado aguardam a renegociação das dívidas e esperam que a avicultura seja enquadrada junto com o segmento de grãos. "Eles querem ter os mesmos benefícios que os produtores de grãos. Ou seja, o prolongamento das dívidas, juros menores e uma remuneração mais justa por parte da agroindústria", concluiu. As informações são da assessoria de imprensa da Faep.