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Fartura no campo cresce 17%

Segundo a Conab, a safra deve chegar a 143,2 milhões de toneladas. Pelo IBGE, serão 144,3 milhões nos dois casos, aumento de 8% com relação à safra anterior.

Redação (16/06/2008)- A renda dos agricultores deverá crescer 17% este ano, em relação a 2007, segundo dados do ministério da Agricultura.

A boa safra está irrigando a economia em todo o país, e o Globo Rural foi conferir esse momento em três estados: Paraná, Ceará e Goiás.

Goiás
Em Jataí, no sudoeste goiano, o clima é de otimismo. Hoje, o comércio da cidade sente o reflexo da safra passada e vive um dos melhores momentos dois últimos dois anos.

Um dos setores que mais estão lucrando é o de veículos, e as caminhonetes são as mais desejadas pelos consumidores – desejo que o produtor rural Jonas Lima realiza depois de dois anos de espera. “Agora é a hora da bela colheita que a gente já estava esperando há um tempo”, ele diz.

De fevereiro para cá, o volume de negócios na cidade aumento em média 40%, segundo a Associação Comercial de Jataí. Há pouco tempo, David Silva vendia em média dois televisores por mês; hoje, passou para 20. “Ainda mais com as Olimpíadas chegando, o pessoal está botando a mão no bolso mesmo”, comemora.

Ceará
O município de Mauriti, a 500 quilômetros de Fortaleza, é um dos maiores produtores de milho do Ceará. Este ano, o clima ajudou: devem ser colhidas 32 mil toneladas do grão.

O agricultor Antônio Vicente e a esposa contam que colheram bastante feijão este ano, e conseguiram comprar o arroz que vai ajudar a alimentar a família. “Estou satisfeito com tudo, até com a vida!”, diz seu Antônio.

Em anos de estiagem , os agricultores têm que gastar todos os seus recursos – inclusive as aposentadorias – na compra de alimentos. Este ano, como a safra é boa, o dinheiro sobra até para comprar outros produtos.

Seu Francisco dos Santos colocou no carrinho R$ 150 de mercadorias. “Antes a gente comprava só uma coisinha, era muito difícil. Hoje, eu acho que a via está totalmente modificada”, diz o agricultor, contente.

Paraná
Em Maringá, noroeste do Paraná, o bom resultado da colheita está levando agricultores como seu Márcio Scanferla a diversificar os investimentos. “A tentativa hoje é diversificar dentro e fora da lavoura, porque o clima no outro ano pode não ser tão bom”, justifica.

Para diversificar os negócios na cidade, Márcio escolheu o investimento em imóveis: comprou três apartamentos em construção – um deles, para morar. O dinheiro veio da soja e do milho colhidos na última safra. “Ainda não estão todos quitados, vai ser em função da próxima safra também”, diz.

A construção civil é um dos setores que a agricultura mais impulsiona atualmente nessa região. Só no chamado Novo Centro de Maringá, 70 prédios estão em obras.

Uma única construtora está fazendo seis edifícios com 500 apartamentos. Grande parte deles já está vendida, e os produtores rurais têm sido ótimos clientes. “Com o pessoal da agricultura a gente realmente sentiu diferença. Eles são chorões para negociar o preço, mas na hora de pagar, o pagamento é sempre à vista!”, confirma Ademir Gomes, o dono da construtora.

No período de janeiro a maio deste ano, as vendas de cimento aumentaram 15% em relação ao mesmo período do ano passado – o que comprova o bom momento da construção civil.

Próxima safra
Novas estimativas da safra de grãos foram divulgadas esta semana, confirmando uma produção recorde.

Segundo a Conab, a safra deve chegar a 143,2 milhões de toneladas. Pelo IBGE, serão 144,3 milhões – nos dois casos, aumento de 8% com relação à safra anterior.