Redação (27/06/2008)- Mesmo com o término da greve nacional, os caminhoneiros autônomos da Baixada Santista decidiram manter a paralisação na região por tempo indeterminado. Ontem, uma carreata causou congestionamento no Porto de Santos e a Polícia Militar foi chamada para conter os ânimos dos manifestantes durante concentração no bairro do Valongo. Pelo menos dez caminhões de transportadoras que voltaram ao trabalho foram depredados, tendo vidros e espelhos quebrados, informou o Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan).
Depois de apoiar a paralisação nas primeira 24 horas, o Sindisan resolveu retornar ao trabalho e dar um prazo até o dia 3 para que os clientes analisassem a reivindicação dos caminhoneiros de 22% de reajuste no valor do frete. No entanto, os trabalhadores do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos da Baixada Santista (Sindicam) não aceitaram a proposta e resolveram manter a paralisação.
O presidente do Sindicam, José Luiz Ribeiro Gonçalves, nega que os autônomos tenham depredado caminhões e afirma que o movimento mantém a força mesmo sem o apoio das transportadoras. "Os autônomos correspondem a 65% do movimento do transporte rodoviário da região, com cinco mil pessoas e 6 mil caminhões", argumenta Gonçalves.
Segundo ele, embora o movimento nacional tenha encerrado com a retomada das negociações para revisão do valor do quilômetro rodado, os caminhoneiros do Porto de Santos enfrentam outros problemas além do aumento do óleo diesel. Ele cita a demora no recebimento de cargas pelos terminais, e a falta de remuneração e de locais adequados para que os trabalhadores permaneçam durante o tempo de espera.