Redação (12/01/2009) – Regiões como o município de Dourados, no Mato Grosso do Sul, onde as perdas com a oleaginosa estão estimadas ontem em 30%, representando prejuízo direto ao produtor de mais de R$ 87 milhões, a corrida agora é para viabilizar a aquisição de crédito para o plantio do milho até meados de março.
"Estamos trazendo representantes do Banco do Brasil para garantir crédito futuro e renegociações aos produtores prejudicados", disse Marisvaldo Zeuli, presidente do Sindicato Rural de Dourados.
Dados do último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado na semana passada, indicam uma redução de 1,06 milhão de toneladas para a safra de soja. A queda deve-se principalmente à estiagem enfrentada no Paraná, que até dezembro tinha uma previsão de alta de 6,49% na produção deste ano. Valter Bianchini, secretário de Agricultura do Paraná, afirmou que já estão sendo discutidas com os bancos normas para o financiamento da safrinha que poderá ter ampliação da área cultivada, assim como das lavouras de inverno.
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"Vamos montar um comitê permanente para monitorar o andamento da safra de verão e também da safrinha", disse. Até agora, a secretaria contabiliza prejuízos de até R$ 1,5 bilhão com a perda de lavouras da safra de verão 2008/2009.
O preço do milho, que vinha sendo pressionado pelo excesso de oferta no mercado interno, já começou a dar sinais de recuperação. Em dezembro, as exportações brasileiras do grão somaram 1,36 milhão de toneladas, muito acima da média mensal de 2008, calculada em cerca de 500 mil toneladas.
A previsão é que, com a redução da safra de milho para 52,28 milhões de toneladas ante 54,44 milhões de toneladas previstas no mês passado, as cotações da commodity voltem a subir. No entanto, Eledon Oliveira, gerente de Levantamento de Safras da Conab, alerta que a janela de decisão de plantio do produtor que quiser apostar na safrinha é curta. "No Paraná, os produtores tem até meados de março para plantar, mas já com um certo risco, pois o período de floração será próximo do inverno, o que não é bom para a cultura", explicou.
"O Mato Grosso, segundo maior produtor, apresenta um risco ainda maior porque a partir de maio já começa a diminuir o ritmo das chuvas, o que também prejudica o cultivo do milho", destacou Oliveira.
Agricultores que tiveram prejuízo com a soja se preparam para recuperar a rentabilidade com a safrinha de milho. A corrida agora é para viabilizar a aquisição de crédito.
