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Exportações agrícolas devem cair até março

Tradicionalmente, o volume embarcado de grãos, especialmente de soja, o principal produto do agronegócio brasileiro, tende a cair no primeiro trimestre.

Redação (23/01/2009)- As exportações de commodities agrícolas do Brasil, responsáveis em 2008 por 37% do total exportado pelo País, poderão cair até 30% no primeiro trimestre de 2009 e afetar o resultado da balança comercial brasileira, afirmou ontem o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral.

Tradicionalmente, o volume embarcado de grãos, especialmente de soja, o principal produto do agronegócio brasileiro, tende a cair no primeiro trimestre, período em que a colheita ainda está andamento e o que restou da safra anterior é residual.

Mas este ano, com a crise internacional, outras mercadorias estão sendo afetadas, como carnes, também por queda na demanda."Grande parte das commodities (agrícolas) são mais exportadas a partir de março. Este ano a situação está particularmente ruim. Não só por causa de preços Mas por causa do volume. Desde novembro, isso está relacionado à queda de demanda e à disponibilidade de crédito", afirmou Barral.

Somando as commodities (minério de ferro, petróleo bruto, soja em grão, carnes in natura, café verde, entre outros) com semimanufaturados (açúcar bruto, óleo de soja, celulose, etc), também afetados pela crise, a participação desses produtos básicos nas exportações do Brasil atinge cerca de 50%, de acordo com dados do governo brasileiro.

Barral disse que as exportações de bens industrializados também estão sofrendo no início deste ano com queda na demanda e por um excesso de estoques nos mercados compradores. "Não dá para prever o resultado no primeiro trimestre", declarou Barral, que não quis comentar se o Brasil terá déficit comercial em janeiro.

O secretário lembrou, porém, que os preços das commodities, de uma maneira geral, não foram muito afetados pela crise, estando apenas abaixo dos picos de 2008. Isso, associado ao dólar mais forte frente ao real, deve servir de estímulo aos exportadores.

"Nenhuma commodity se desvalorizou em dólar (no mercado internacional) o que o real se desvalorizou, com exceção do petróleo. Isso cria uma vantagem para o exportador", afirmou.

"A eventual queda de preços em dólar foi mais do que compensada pelo câmbio", acrescentou.