O emprego de fontes de energia renovável representa uma das abordagens mais eficazes para combater os impactos prejudiciais do aquecimento global. No mês passado, em setembro, um marco significativo foi alcançado na indústria marítima, quando um navio híbrido, alimentado por tanto energia eólica quanto combustíveis fósseis, completou com êxito sua viagem inaugural, com o Brasil como destino final.
A viagem inaugural do navio híbrido, conhecido como Pyxis Ocean, teve o Brasil como destino final e durou um total de 35 dias. A embarcação atracou no Porto de Paranaguá no último domingo, 24 de setembro. Além de utilizar combustíveis tradicionais, o navio também fez uso da força dos ventos em sua navegação. A propriedade do Pyxis Ocean pertence à empresa Mitsubishi Corporation, mas ele está operando sob a supervisão da Cargill.
A tecnologia embarcada no Pyxis Ocean é notável, com velas modernas construídas com fibras de vidro, cada uma delas pesando aproximadamente 200 toneladas e medindo 37 metros de altura. Essas velas, também conhecidas como WindWings, foram desenvolvidas em colaboração entre a empresa BAR Technologies, Yara Marine Technologies e a Mitsubishi, com apoio da União Europeia. Elas são controladas por um sistema computacional que calcula a direção e a velocidade do vento, ajustando a posição das velas a cada 15 minutos.
Este marco na viagem inaugural do Pyxis Ocean resultou em uma notável redução de 10% no consumo de combustíveis. Para futuras viagens, a meta da empresa é alcançar uma redução de pelo menos 30% na emissão de dióxido de carbono (CO2). Vale ressaltar que a indústria marítima é responsável por cerca de 3% das emissões globais de gases, equivalentes a aproximadamente 837 milhões de toneladas de CO2 anualmente.
Apesar dos avanços, os combustíveis fósseis ainda dominam o panorama energético global, com apenas 15% da energia mundial sendo gerada a partir de fontes renováveis. No caso do Brasil, quase metade de sua energia é proveniente de fontes sustentáveis. No entanto, o petróleo continua a ser a principal fonte de energia do país, representando mais de 35% de sua matriz energética.