As rígidas restrições de mobilidade por conta da covid-19 na China podem causar interrupções na produção de grãos plantados na primavera e aumentar as importações de arroz e milho, avalia a Fitch Ratings.
Segundo relatório da casa de análise, embora as abundantes reservas de grãos do país mantenham a segurança alimentar nacional praticamente intacta, os preços dos grãos no mercado doméstico devem subir em 2022 em virtude da oferta e da demanda mais apertadas e dos preços globais de commodities agrícolas mais altos.
A Fitch afirma que os bloqueios implementados para conter a covid-19 no país asiático, caso permaneçam ou sejam ampliados, tendem a atrapalhar o transporte de insumos de plantio e a mobilidade dos agricultores, diminuindo a produção de grãos na primavera, principalmente arroz e milho. A produção de trigo, que representa cerca de 20% da produção nacional de grãos, não deve ser prejudicada por ser um produto de plantio de outono, pondera a casa de análise.
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De acordo com o relatório, o impacto seria limitado em relação à segurança alimentar da China, pois as reservas de grãos permaneceram altas no fim de 2021. Em contrapartida, a casa de análise espera que as importações de grãos da China se mantenham crescendo em 2022 diante da baixa produção doméstica, especialmente para o milho, que já experimenta oferta e demanda apertadas desde 2017.
A procura por ração animal está mais fraca na China por causa de um excesso de oferta de suínos, avalia a Fitch, mas suinocultores provavelmente continuarão utilizando mais milho na mistura, em meio ao recorde de preços do trigo.
Por fim, a agência ressalta que o cenário provavelmente terá um efeito gerenciável nas margens de lucro das empresas processadoras de grãos, pois elas costumam ter maior capacidade de repassar custos mais altos aos clientes finais.
