Cientistas identificaram características genéticas que explicam a capacidade dos atuais vírus H5N1 de se disseminarem rapidamente e infectarem uma variedade maior de espécies.
A pesquisa revelou que vários genes virais mudaram e evoluíram para atuar em conjunto, ampliando a capacidade de infectar, transmitir e persistir em aves, embora ainda não tenham se adaptado aos seres humanos. O grupo de pesquisa também constatou que o vírus infeccioso só pode se deslocar curtas distâncias (menos de 10 metros) e é altamente improvável que se propague entre fazendas pelo ar.
Esses são alguns dos primeiros resultados do consórcio FluMap, liderado pela Agência Britânica de Saúde Animal (APHA), composto por 8 membros, que desenvolveu ferramentas laboratoriais capazes de analisar a resposta imunológica em aves expostas ao vírus da gripe aviária ao longo de suas vidas. Além disso, os cientistas notaram sinais de desenvolvimento de imunidade à gripe aviária em aves marinhas, como Gannets do Norte e Shag.
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Investigações preliminares mostraram imunidade específica ao H5N1, indicando exposição e recuperação em algumas aves. Contudo, os vírus da gripe aviária são propensos a mudanças, e os níveis de anticorpos provavelmente diminuirão ao longo do tempo, sugerindo que a prole do próximo ano não será imune, indicando que ainda não há grandes benefícios ao nível populacional.
Novas pesquisas explorarão a evolução do vírus
O principal consórcio de pesquisa científica recebeu um financiamento adicional de 3,3 milhões de euros para novas pesquisas sobre a transmissão da gripe aviária, dada a contínua ameaça de disseminação da doença. A nova pesquisa abordará a evolução do vírus e a capacidade de prever novas cepas, visando proteger a saúde animal e humana. Cientistas planejam analisar o efeito dos anticorpos sobre a infecção para melhor prever o surgimento de novos vírus com diferentes combinações de proteínas no futuro.
Outros 3,2 milhões de euros foram alocados para um consórcio irmão focado na potencial transmissão para humanos. Ambos os consórcios trabalharão de maneira integrada em uma abordagem One Health.
O professor Ian Brown, diretor de serviços científicos e gerente de projetos da APHA, destacou: “A APHA liderou este consórcio para abordar as lacunas em nossa compreensão da gripe aviária, e estou empolgado por já termos feito descobertas importantes, especialmente em relação à composição genética dos vírus da gripe aviária”.
O professor Guy Poppy, presidente executivo interino do Conselho de Pesquisa em Biotecnologia e Ciências Biológicas e líder do programa de Infecções Combatentes do Reino Unido, afirmou: “Este investimento é uma prova da determinação do Reino Unido de permanecer à frente da gripe aviária e destaca a importância da colaboração diante de ameaças em constante evolução”.
O novo financiamento visa abordar a natureza em constante evolução da gripe aviária, aprofundando a compreensão da transmissão e da infecção em diferentes populações de aves. Isso inclui como o vírus se transmite de aves selvagens para aves de capoeira cultivadas, identificação de lacunas de biossegurança que permitem a entrada do vírus nas instalações e como isso pode ser abordado, o papel da imunidade em aves selvagens na evolução do vírus e, não menos importante, como a implementação da vacinação pode impactar os surtos.