Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

ECONOMIA

Agro apresenta alta de 6,7% na taxa de inadimplência no terceiro trimestre

Durante o último trimestre, a taxa de inadimplência agro atingiu 6,7%, mas a análise regional revela um quadro diversificado

Agro apresenta alta de 6,7% na taxa de inadimplência no terceiro trimestre

No mais recente Boletim Agro Serasa Experian, referente ao terceiro trimestre de 2023, os holofotes se voltam para a inadimplência no setor agropecuário brasileiro. A análise minuciosa revela nuances significativas, destacando desafios e variações regionais que impactam diretamente os produtores rurais.

A definição do termo “mau pagador” neste cenário considera indicativos de descumprimento em pelo menos uma fonte de informação, somando dívidas a partir de R$ 1.000,00. A evolução temporal da taxa de inadimplência, segmentada por dias de atraso no pagamento, ilustra a complexidade desse desafio enfrentado pelos protagonistas do agro.

Inadimplência por região

Durante o último trimestre, a taxa de inadimplência agro atingiu 6,7%, mas a análise regional revela um quadro diversificado. A região Sul desponta com a menor taxa, 4,7%, enquanto a região Norte Agro apresenta o pior desempenho, alcançando 10,6%. A região Sudeste também se destaca positivamente, registrando 5,9%, abaixo da média nacional, enquanto as demais regiões mantêm valores próximos à média.

A análise por estado revela que o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná ostentam as menores taxas de inadimplência, consolidando a região Sul como a mais adimplente do Brasil. Por outro lado, o Amapá registra a maior taxa, impulsionada pela inadimplência expressiva dos médios (19,6%) e grandes proprietários (20,6%).

Perfil dos inadimplentes

A faixa etária dos produtores rurais também influencia os números, revelando uma tendência de decréscimo da inadimplência com o avançar da idade. A população agro mais jovem, até 29 anos, exibe uma taxa 1,3 vez maior que a média, enquanto aqueles com mais de 80 anos registram apenas 2,9%.

Além disso, a inadimplência varia conforme o porte do proprietário rural. Proprietários sem registro de cadastro rural apresentam a maior taxa, atingindo 10%, enquanto os de pequeno porte mostram uma taxa menor, registrando 5,9% no último trimestre. Essa tendência se repete na maioria das regiões, exceto nas regiões Sudeste e Sul, onde os médios proprietários exibem taxas um pouco menores que os pequenos.

Os dados históricos apontam para uma estabilidade na taxa de inadimplência até o último trimestre de 2021. A partir do primeiro trimestre de 2022, observou-se um aumento expressivo, atingindo o pico de 7,7% no trimestre anterior. Este crescimento foi liderado pelos pequenos e médios proprietários, com destaque para a população agro sem registro de cadastro rural.

Apesar da tendência de alta, há uma sazonalidade na inadimplência ao longo do ano, sendo o terceiro trimestre aquele que costuma registrar o menor valor anual ou uma diminuição em relação ao segundo trimestre. Este padrão foi confirmado no último trimestre, com uma redução significativa, principalmente entre a população agro sem registro de cadastro rural.