A indústria suína da Ucrânia, após enfrentar anos de declínio e os desafios impostos pela guerra, mostra sinais de estabilização para 2024, conforme indicado por um relatório da Rede Global de Informação Agrícola (GAIN) do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Antes do conflito, o setor estava em uma fase de transição, movendo-se da produção familiar para a industrial, com a saída de operações menos eficientes de ambos os modelos.
Os primeiros impactos da guerra geraram incertezas significativas, dificultando a aquisição de insumos e a venda de produtos no mercado. Diferentemente do setor de laticínios, a indústria suína conseguiu evitar abates massivos, com alguns animais sendo vendidos a pesos maiores ou transferidos para áreas não afetadas pela guerra para terminação.
Em 2022, a diminuição do inventário de suínos foi notável, impulsionada tanto por tendências históricas quanto pelo contexto bélico. As regiões leste e norte da Ucrânia, em particular, sofreram perdas diretas, com algumas fazendas sendo completamente destruídas. Contudo, a maioria dos produtores, especialmente na Ucrânia central e ocidental, não foi diretamente afetada.
O Serviço Estatal de Estatística da Ucrânia retomou a divulgação de dados de produção no início de 2023, revelando que o declínio no número de porcas e na produção foi menor do que o antecipado. Isso levou a uma atualização dos números do PSD de 2022 para refletir as estatísticas oficiais mais precisas.
Com os preços da carne suína aumentando significativamente em 2023, a produção suína ucraniana superou as expectativas, mantendo um estoque de animais comparável ao de 2022. Este aumento foi estimulado principalmente pela elevação dos preços nos países vizinhos da União Europeia (UE), onde a queda na produção criou oportunidades aproveitadas pelos suinicultores ucranianos.
A maioria dos produtores industriais na Ucrânia opera em um modelo verticalmente integrado, da criação ao engorda. Em 2023, o setor viu a entrada de pequenos operadores especializados apenas em engorda, atraídos pelos altos preços da carne suína, apesar de sua limitada experiência em produção.
No final de 2023, não havia informações públicas confiáveis sobre o inventário animal, mas evidências sugerem que a indústria não antecipava o significativo aumento nos preços da carne suína, nem esperava que essa tendência persistisse até 2024.
Com uma leve queda nos preços nos últimos meses de 2023 e início de 2024, espera-se que o inventário de porcas e a perspectiva de produção para este ano permaneçam estáveis, sem relatos de investimentos significativos em novos estoques de suínos. A indústria, por ora, mostra-se satisfeita com o atual nível de vendas e receitas, preparando-se para um ano de estabilidade.
Fonte: The Pig Site