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Bem-Estar Animal

Campanha exige maior transparência sobre confinamento de galinhas

Campanha exige maior transparência sobre confinamento de galinhas

A Mercy For Animals (MFA), organização sem fins lucrativos, relançou no dia 28 de maio a campanha “Compromisso é Coisa Séria”, com o objetivo de incentivar empresas do setor alimentício e do varejo a divulgarem o progresso de seus compromissos em eliminar o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de suprimentos.

A campanha destaca a importância de as empresas que já anunciaram compromissos com o banimento das gaiolas informarem o público sobre o andamento do processo de transição.

Banir o uso de gaiolas na criação de galinhas pela indústria de ovos é uma demanda crescente dos consumidores. Pesquisa da IPSOS no Brasil revelou que 71% dos entrevistados consideram inaceitável a venda ou utilização de ovos de galinhas confinadas em gaiolas em supermercados e restaurantes.

Priscila Demarch, diretora de Campanhas da MFA, afirmou que muitas empresas anunciaram compromissos em resposta aos pedidos dos consumidores. “Divulgar os avanços demonstra mais responsabilidade corporativa e transparência com o público. Agir de maneira desalinhada ao que foi comunicado publicamente pode caracterizar ‘welfare washing’, acarretando uma quebra de confiança do mercado”, declarou Priscila Demarch.

O termo ‘welfare washing’ define ações de corporações que adotam discurso de responsabilidade em bem-estar animal, mas que na prática desrespeitam os critérios que envolvem este conceito.

A MFA desenvolveu um índice para analisar as empresas de hotelaria e alimentos mais influentes da América Latina quanto aos seus posicionamentos e avanços na eliminação do confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de suprimentos. Trata-se do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA).

“Embora a MFA trabalhe para impulsionar melhorias em todas as cadeias de produção, especificamente no monitoramento das iniciativas corporativas, o enfoque principal tem sido a cadeia da produção de ovos, porque são os animais que sofrem de forma extrema”, avaliou Cristina Mendonça, diretora executiva da MFA.

O IBGE estima que existam mais de 175 milhões de galinhas poedeiras no Brasil. Entre os animais criados para consumo, elas estão entre as que mais sofrem devido ao confinamento em gaiolas, enfrentando estresse crônico e condições de higiene precárias que podem enfraquecer seu sistema imunológico.

Além da preocupação com o sofrimento das aves, essa prática pode oferecer riscos à saúde humana. “Devido às precárias condições de vida no confinamento em gaiolas, a indústria faz uso intensivo de antibióticos, criando condições propícias para a propagação de patógenos como a salmonella e a gripe aviária, que podem infectar humanos e representar uma ameaça à saúde pública”, concluiu Priscila Demarch.

O confinamento de galinhas em gaiolas vem sendo proibido em diversas regiões do mundo. Mais de 2500 empresas do setor de alimentos anunciaram compromissos sobre o tema. No Brasil, quase 200 empresas anunciaram políticas para banir o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de suprimentos, seguindo a tendência mundial.