Após dois anos consecutivos de safras prejudicadas pela seca, os armazéns e silos do Rio Grande do Sul finalmente voltam a atingir a capacidade máxima de armazenamento. Apesar dos desafios enfrentados, como uma seca temporária em janeiro no norte do Estado e enchentes nos meses de abril e maio, os agricultores gaúchos conseguiram uma colheita significativa.
Conforme o boletim mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Rio Grande do Sul deve colher 37,1 milhões de toneladas de grãos na safra 2023/24, um aumento de 34,5% em relação ao período anterior. Somente a produção de soja está estimada em 19,6 milhões de toneladas, 51% a mais do que as 13 milhões de toneladas registradas em 2022/23.
“Este ano foi surpreendentemente positivo, resultando em uma safra espetacular que encheu nossos armazéns novamente”, celebra Claudemir João Von Frühauf, Coordenador Operacional da Cotrijal em Não-Me-Toque. A Cotrijal, maior cooperativa do Rio Grande do Sul, está presente em 53 municípios e possui 78 unidades de recebimento e armazenagem, com capacidade estática de 1,2 milhão de toneladas.
A unidade da Cotrijal em Não-Me-Toque pode armazenar até 74 mil toneladas de grãos, mas a movimentação anual é três vezes maior, com transporte diário realizado por uma frota de 200 a 250 caminhões.
Von Frühauf destaca que 90% da soja recebida em Não-Me-Toque é exportada. O milho é utilizado na fábrica de ração da cooperativa, o trigo vai para a indústria de moagem, e a cevada é comprada pela fabricante de bebidas Ambev.
Na safra de verão 2023/24, a Cotrijal recebeu mais de 1,7 milhão de toneladas de grãos de seus 16 mil associados. A produtividade média dos cooperados foi de 58,7 sacas por hectare na soja e de 127,7 sacas por hectare no milho.