Um estudo recente encomendado pela Avec, representante europeu de comerciantes e processadores de carne de aves, revela que a mudança da produção de frango convencional para frango ECC (European Chicken Commitment) implica custos significativamente maiores e impactos ambientais mais elevados. A pesquisa, conduzida pela consultoria agrícola britânica Adas, analisa os efeitos dessa mudança em termos de custo, produção e impacto climático.
Aumento dos Custos de Produção
De acordo com o estudo, o custo de produção de um quilograma de carne de frango ECC aumenta em 37,5%, passando de € 2.018 para € 2.774. Esse aumento é atribuído a uma taxa de conversão alimentar menos eficiente, pois os frangos ECC crescem mais lentamente e consomem mais energia. A pesquisa indicou que um quilograma de carne ECC requer 34,5% mais ração e 34,4% mais água do que o frango convencional. Além disso, as emissões de CO₂ são 24,4% maiores para a produção de frango ECC.
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Consequências Econômicas Adicionais
O diretor administrativo da ZDG, Wolfgang Schleier, destaca que o estudo da Adas não considerou custos adicionais relacionados à capacidade não totalmente utilizada em empresas de criação, incubatórios, transporte, fábricas de ração e matadouros. A ZDG estima que os custos adicionais podem aumentar em 14,8%, resultando em um aumento total de 54,2% nos custos de produção em comparação com o frango convencional. Isso implicaria um aumento de € 9,70 por quilograma de filé de frango para os consumidores.
Impactos na Produção e Infraestrutura
A transição para a produção de frango ECC também leva a uma redução de 44% na produção por metro quadrado de espaço de alojamento, resultando em uma necessidade de espaço significativamente maior. Para manter o volume de produção, seriam necessários cerca de 10.000 novos celeiros, o que implicaria um custo superior a € 8 bilhões. Além disso, a construção desses galpões pode enfrentar obstáculos regulatórios, tornando a expansão da infraestrutura um desafio considerável.
Opções Alternativas e Impactos no Comércio
Como alternativa à expansão da infraestrutura, há a possibilidade de importar carne de aves de países com padrões de bem-estar animal mais baixos. Essa opção levanta questões sobre a qualidade e os padrões dos produtos importados em comparação com os produzidos na UE, e retorna à discussão sobre o equilíbrio entre padrões de bem-estar animal e custos de produção.
Perspectiva dos Consumidores e Políticas
Emma Calvert, da Beuc, observa que 90% dos consumidores apoiam a legislação para padrões mais altos de bem-estar animal, e 70% estão dispostos a pagar mais por um melhor bem-estar animal. No entanto, 17% dos consumidores têm dificuldade em comprar carne devido ao preço mais alto. A questão da aceitação real versus a disposição declarada para pagar mais ainda é relevante, pois os consumidores podem enfrentar dificuldades ao tentar equilibrar custo e ética.
Papel do Compromisso Europeu do Frango
O Compromisso Europeu do Frango, assinado por mais de 200 empresas, estabelece requisitos mais rigorosos para a produção de frango, incluindo raças de crescimento lento e densidade máxima de estocagem de 30 kg/m², além de exigências para luz natural e material de enriquecimento. No entanto, a falta de requisitos para áreas externas cobertas, como o selo de qualidade Beter Leven, pode ser vista como uma limitação em comparação com outros padrões.
A secretária-geral da Avec, Birthe Steenberg, e a Comissão Europeia enfatizam a importância de equilibrar os custos e benefícios da produção de frango ECC. Enquanto o setor avícola busca melhorar o bem-estar animal, a necessidade de considerar o impacto econômico e ambiental continua sendo um desafio crucial. A colaboração entre o setor e outras partes interessadas será essencial para encontrar soluções que conciliem padrões elevados de bem-estar com viabilidade econômica e sustentabilidade ambiental.
