A produção brasileira de grãos na safra 2023/24 está projetada para alcançar 298,6 milhões de toneladas, marcando uma redução de 21,2 milhões de toneladas em relação ao volume da safra anterior. Esta queda é detalhada no 11º Levantamento da Safra de Grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta terça-feira (13), e é atribuída a adversidades climáticas que impactaram a produtividade das lavouras, especialmente nas fases iniciais de plantio e reprodução das culturas.
Produção de Milho
A colheita do milho segunda safra está em fase avançada, com a produção estimada em 90,28 milhões de toneladas. Até o momento, mais de 90% da área cultivada foi colhida. As produtividades variaram conforme o pacote técnico adotado e a época de plantio. Semeaduras realizadas entre janeiro e fevereiro tiveram produtividade satisfatória, beneficiadas pela regularidade das chuvas. No entanto, estados como Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul enfrentaram desafios devido a veranicos, altas temperaturas e pragas, comprometendo a produção. A área destinada ao milho foi reduzida, resultando em uma produção total estimada de 115,65 milhões de toneladas, uma diminuição de 12,3% em comparação com a safra anterior.
Algodão
A produção de algodão deve atingir um novo recorde de 3,64 milhões de toneladas, impulsionada pelo aumento da área cultivada e pelas condições climáticas favoráveis. A cultura de algodão apresenta um desempenho positivo, contrastando com outras culturas.
Feijão
A produção total de feijão está estimada em 3,26 milhões de toneladas, representando um aumento de 7,3% em relação à safra anterior. No entanto, a segunda safra teve redução no potencial de produtividade devido a doenças, mosca-branca, falta de chuvas e altas temperaturas. A terceira safra está estimada em 812,5 mil toneladas, com colheita iniciada em Goiás.
Arroz
A colheita do arroz está concluída, com uma produção de 10,59 milhões de toneladas, um aumento de 5,6% em relação à safra anterior. A maior área cultivada contribuiu para o aumento da produção, apesar da produtividade média ter sido afetada por adversidades climáticas, especialmente no Rio Grande do Sul.
Soja
A soja, o principal grão cultivado no Brasil, teve uma produção de 147,38 milhões de toneladas, uma redução de 4,7% em relação ao ciclo anterior. A diminuição da produtividade nas áreas semeadas entre setembro e outubro foi impactada por baixos índices pluviométricos e altas temperaturas, levando a replantios e perdas de rendimento.
Trigo
Para o trigo, a semeadura está quase concluída na Região Sul, que concentra 85% da área cultivada. A área destinada ao cereal é estimada em 3,07 milhões de hectares, representando uma redução de 11,6%. O plantio foi finalizado no Rio Grande do Sul e no Paraná, com áreas restantes em Santa Catarina.
Mercado e Exportações
A Conab manteve estáveis as projeções para a maioria dos produtos analisados, exceto o milho, cuja estimativa de exportação foi aumentada em 2,5 milhões de toneladas devido à desvalorização da moeda brasileira e ao aumento nas vendas externas. As exportações de arroz, atualmente estimadas em 1,3 milhão de toneladas, podem ser impactadas pela menor disponibilidade interna do grão, limitando o volume embarcado até o ciclo 2024/25.
Este levantamento reflete os desafios e as mudanças na produção agrícola brasileira, com implicações significativas para o mercado interno e externo.