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#TBTAgrimidia: a chegada do KFC ao Brasil e a expansão global em 1974

#TBTAgrimidia: a chegada do KFC ao Brasil e a expansão global em 1974

Confira no TBTAgrimidia a nossa viagem ao passado, onde relembramos momentos marcantes da década de 70. Nesta edição, destacamos a chegada do Kentucky Fried Chicken (KFC) ao Brasil. Em uma matéria histórica, contamos como a imagem icônica do Coronel Sanders, mundialmente famosa, conquistou o território brasileiro após décadas de sucesso nos Estados Unidos e em outros países.

O texto traz todo o contexto dessa expansão, desde as origens humildes de Sanders, que começou com um pequeno restaurante de beira de estrada, até o crescimento do KFC sob a liderança de John Y. Brown Jr., que transformou a marca em um fenômeno global.

Segue a histórica matéria na integra:

“Depois de mais de 20 anos, a imagem do Coronel Sanders, mundialmente famosa, finalmente chegou ao Brasil com a inauguração da primeira loja da Kentucky Fried Chicken (KFC) em São Paulo.

A história de Sanders começou quando ele já estava em uma idade avançada. Aos 65 anos, ele possuía apenas um posto de gasolina e um pequeno restaurante de beira de estrada em Corbin, Kentucky, nos EUA. Homem simples, ele era apaixonado por culinária e, sozinho, cuidava da alimentação dos caminhoneiros que paravam em seu posto.

Em 1955, Sanders perdeu tudo quando seu posto foi desapropriado para a construção de uma nova rodovia. Com o pouco dinheiro que recebeu, comprou um caminhão e saiu pelo país vendendo sua receita especial: “Tenho um sistema diferente de fazer frango, com a mistura de 11 especiarias. Ensino como é preparado e, a cada frango que você vender, eu recebo cinco centavos de dólar.”

Ele começou a fechar contratos com restaurantes, ensinando que o frango deveria ser banhado em leite e ovos, temperado com sua mistura especial e cozido em panela de pressão. Com o tempo, o negócio começou a prosperar. Reunindo parceiros, Sanders fundou uma companhia. Cinco anos depois, ele vendeu o empreendimento para o empresário John Y. Brown Jr. por três milhões de dólares.

Brown expandiu o negócio, desenvolvendo as características arquitetônicas dos restaurantes e consolidando o conceito do KFC, que passou a vender exclusivamente o frango do Coronel Sanders. Nos Estados Unidos, a organização chegou a comercializar um milhão e meio de refeições por dia em cinco mil lojas, das quais 1.500 eram próprias e 3.500, concessões. Isso representava cerca de 35 a 40 milhões de frangos por mês, aproximadamente 10% da produção de frangos de corte no país.

Após consolidar sua presença nos EUA, o KFC expandiu-se para o mercado internacional, estabelecendo-se em 40 países, com o mesmo sucesso. “A mistura das 11 especiarias do Coronel, cuidadosamente balanceadas, consegue agradar aos mais diversos paladares, como comprovado na Alemanha, Japão e África do Sul”, afirmou Armando Ferla, diretor comercial da Kentucky Fried Chicken – Comércio & Indústria de Alimentos S.A., responsável por introduzir o KFC no Brasil.

No Brasil, a primeira loja do KFC foi inaugurada em 19 de janeiro na Rua Augusta, em São Paulo. Para adaptar a marca ao mercado local, o Coronel Sanders passou a ser conhecido como “Vovô Sanders”, uma figura mais carinhosa e familiar para os brasileiros. A previsão era de que até o final do ano mais nove lojas fossem inauguradas em São Paulo, com a segunda loja programada para abrir ainda naquele mês na Rua Pedroso de Morais.

A organização tinha planos ambiciosos de instalar 300 lojas no Brasil nos próximos cinco anos, sendo 100 próprias e o restante por meio de concessões. Como fazia o Vovô Sanders após a desapropriação de seu posto, qualquer pessoa interessada poderia se tornar concessionária, desde que apresentasse condições financeiras sólidas, disposição para trabalhar e conhecimento do ramo.

Ferla acrescentou que as concessões começariam a funcionar dentro de dois anos, período em que a Kentucky Fried Chicken brasileira pretendia consolidar sua marca e garantir a rentabilidade do negócio. A empresa operava com o lema “nunca iniciar uma operação se houver risco de colocar o empresário em má situação”.