Na última terça-feira, 27 de agosto, o dólar comercial (compra) fechou em alta de 0,20%, cotado a R$ 5,502.
A expectativa por dados do PIB e inflação ao consumidor (PCE) dos EUA, que o Federal Reserve considera cruciais para decidir sobre o corte de juros em setembro, tem influenciado nas cotações.
No Brasil, a expectativa é de aumento na Selic, o que pode fortalecer o diferencial de juros pró-Brasil e atrair mais fluxo de capital, favorecendo a queda do dólar.
No entanto, fatores como guerra, risco fiscal e China também são apontados como influências sobre o câmbio.
Brasil
Nesta quarta-feira (28), o mercado financeiro local observa os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) de julho, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Assim como, o relatório mensal da dívida pública, informado pelo Tesouro Nacional, e o fluxo cambial da semana pelo Banco Central (BC).
Além disso, a palestra de Campos Neto em evento do Santander, às 10:00, entra em foco, diante das expectativas para a Selic, após o IPCA-15 de agosto (+0,19) não ter conseguido gerar um consenso sobre as chances de manutenção da taxa básica.
Quais as chances de corte na Selic?
O presidente do BC indicou que um aumento da Selic não está decidido e que o balanço de riscos assimétrico não deve ser interpretado como um forward guidance. O diretor Diogo Guillen expressou desconforto com a leitura do mercado, enquanto Galípolo evitou mencionar a alta da Selic após advertências.
A expectativa para o Comitê de Política Monetária (Copom) pode mudar com o resultado do payroll dos EUA na primeira sexta-feira (9) de setembro.
Isso porque, dados fracos de emprego podem aumentar o risco de recessão e levar a uma postura mais agressiva do Federal Reserve.
O UBS alerta para um risco de recessão nos EUA de 25%, e Cedric Chehab da BMI destaca que uma recessão poderia afastar investidores de mercados emergentes, pressionar o dólar e desvalorizar as moedas desses países.
Revisão de gastos
O Ministério do Planejamento convocou uma coletiva para às 11:00, afim de detalhar medidas de revisão de gastos.
Tais medidas serão apresentadas antes da divulgação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), previsto para esta semana.
Contaminação inflacionária?
Durante a conferência do Santander ontem, o ministro Fernando Haddad (PT) afirmou não ver contaminação inflacionária do mercado de trabalho aquecido.
Nesse sentido, Haddad destacou que o emprego está em alta, enquanto os núcleos de inflação cedem.
Ele sugeriu que o PIB pode superar a projeção de 2,5%, com alguns bancos esperando crescimento acima de 3%.
Além disso, o ministro da Fazenda reiterou o compromisso com a meta fiscal e destacou que a melhora nas contas públicas permitirá um cenário mais favorável.
Ele comentou ainda que o orçamento de 2025 será equilibrado, diferente da peça de 2023. Lula pode anunciar em breve o novo presidente do BC.
No Senado, Jaques Wagner (PT) disse que a sabatina do sucessor de Campos Neto deve ocorrer em setembro, mas Vanderlan Cardoso (PSD) descartou o período.
Bráulio Borges é cotado para uma vaga na diretoria do BC. Haddad elogiou Borges em eventos recentes.
EUA
Nesta quarta-feira (28), o mercado norte-americano estará atento a participação de Raphael Bostic, dirigente do Federal Reserve (Fed), em evento à noite.
No cenário de expectativas, investidores buscam pistas de como será o ciclo de cortes na taxa de juros do EUA.
Ainda nesta semana…
Quinta-feira (29):
Destaque para a divulgação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), da sondagem do comércio e de serviços de agosto, e, por fim, da nota do Banco Central (BC) sobre política monetária.
Nos EUA, sai o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre e os pedidos de auxílio-desemprego, enquanto, na Alemanha, o foco se volta para o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de agosto.
Sexta-feira (30):
O Banco Central publica uma nota sobre a política fiscal e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa a PNAD Contínua.
No exterior, destaque para a taxa de desemprego na Alemanha e na Zona do Euro, região que divulga seu Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de agosto.
Além disso, os dados de gastos e rendimentos pessoais nos EUA.
A China, por sua vez, divulga o PMI (Índice de Gerentes de Compras, na sigla em inglês) Composto de julho.
Fonte: Space Money