Iniciamos o mês de outubro, e com ele, também novos (ou não tão novos assim) desafios para o setor. A preocupação com a Influenza Aviária que retorna à Europa gera impactos, enquanto o comércio internacional se vê ameaçado por uma iminente greve nos portos dos EUA, que pode afetar as cadeias de suprimentos. O setor de rações e a produção de carne no Brasil se mostram resilientes. Acompanhe os principais acontecimentos da semana:
H5N1
Nesta semana, a Hungria e a Itália registraram novos surtos de Influenza Aviária H5N1 após meses sem notificações da doença, conforme relatado pela Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH). O surto na Hungria ocorreu em uma fazenda no leste do país, enquanto o caso italiano foi detectado no nordeste. A gripe aviária, que voltou a se espalhar pela Europa, levanta preocupações no setor e reforça a necessidade de monitoramento e medidas preventivas para evitar impactos na avicultura e na economia.
Clima
No Brasil, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu seis alertas climáticos que abrangem desde ondas de calor até tempestades, com risco de vendavais e granizo. Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais estão entre os mais afetados, com temperaturas ultrapassando os 40ºC e umidade crítica, aumentando o risco de incêndios florestais. Regiões do Sul, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul, enfrentam tempestades com chuvas intensas e ventos de até 100 km/h.
Prejuízos com o clima
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Ainda em relação aos aspectos climáticos, pesquisadores da Embrapa identificaram como o El Niño afeta o clima e a produtividade da soja no Cerrado brasileiro, mostrando uma forte redução nas chuvas de outubro a dezembro em Planaltina, DF. Analisando dados históricos de 1974 a 2022, eles constataram mudanças no regime de chuvas devido ao aquecimento do Pacífico.
Gigantes do agro
O Conselho de Administração da JBS aprovou a recompra de 113 milhões de ações, que representam 10% do total em circulação, com a operação prevista para ser concluída até março de 2026. O financiamento virá do caixa da empresa, sem afetar suas obrigações financeiras ou o pagamento de dividendos obrigatórios. Esta medida visa fortalecer a posição de mercado da JBS e maximizar o valor para os acionistas, refletindo confiança na performance futura da empresa e seguindo as melhores práticas de governança corporativa.
A greve marcada para outubro nos portos da Costa Leste e do Golfo dos EUA ameaça severamente o comércio, impactando 45 mil trabalhadores e podendo causar perdas diárias de US$ 5 bilhões. Esta paralisação afetaria 36 portos e metade das importações oceânicas dos EUA, com repercussões graves nas cadeias de suprimentos de alimentos, automóveis e produtos farmacêuticos, agravando a inflação. As exportações de carne suína e frango, vitais para o Brasil, estão em risco significativo, assim como 14% das exportações aquáticas e mais de 50% das importações de produtos como bananas, café e cacau. A falta de ação governamental nas negociações sindicais adiciona incerteza ao cenário.
Produção de rações
Apesar dos desafios internacionais, o Brasil segue com um desempenho estável na produção de rações e concentrados no primeiro semestre de 2024. Segundo dados do Sindirações, o volume alcançou 42 milhões de toneladas, representando um crescimento de 1,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. O setor de bovinos de corte e aquacultura teve destaque, com crescimento de 4,3% e 4,6%, respectivamente, enquanto o setor de frangos de corte apresentou leve retração. As expectativas para o segundo semestre são positivas, com estimativas de que a produção total atinja 86 milhões de toneladas até o final do ano.
Aves e suínos
O Sistema FAEP, por meio de painéis remotos com produtores do Paraná, realiza levantamento de custos para aves e suínos. A pesquisa busca garantir a remuneração justa aos produtores e fornecer embasamento para negociações com agroindústrias. A participação dos produtores é essencial para o sucesso do estudo, que impactará diretamente a economia do estado, maior produtor de aves e segundo maior produtor de suínos no Brasil.
Carne fresca e congelada
A indústria de carne lida com desafios na manutenção da qualidade sensorial e segurança microbiológica durante transporte e armazenamento. A carne fresca tem uma vida útil limitada sob refrigeração, o que dificulta a exportação para mercados distantes. O congelamento, embora reduza custos, pode comprometer sabor, textura e valor nutricional, além de promover o crescimento de microrganismos. Para identificar carne previamente congelada, técnicas como a detecção de enzimas mitocondriais, incluindo a citrato sintase, são empregadas, revelando o rompimento celular pela cristalização. No entanto, essas análises enfrentam limitações, especialmente em carnes processadas ou armazenadas por longos períodos.
Confira mais detalhes sobre o setor na edição nº1333 da AgroPlay, acessando o link [https://www.agrimidia.com.br/avicultura-industrial/como-diferenciar-carne-fresca-resfriada-de-descongelada/]
E mais: outubro Rosa
O Outubro Rosa enfatiza a conscientização sobre o câncer de mama e a saúde da mulher, destacando a importância dos exames regulares e cuidados preventivos. No setor agrícola, onde muitas mulheres lideram e trabalham intensamente, surge o “Agro Rosa”, lembrando-as da necessidade de cuidar da própria saúde, incluindo a realização de mamografias para detecção precoce do câncer, para manter-se saudáveis e ativas no trabalho e na vida pessoal.
E assim encerramos mais uma semana no agronegócio. Para ficar por dentro das últimas tendências e notícias do setor, continue acompanhando o nosso portal!
