Na economia mundial e brasileira, em mais uma atualização do Boletim Focus, liberada em 21/10 pelo Banco Central, os principais indicadores da economia brasileira foram revistos: o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi estimado em 4,50% em 2024 e 3,99% em 2025 (ambos com alta de um mês a outro). Já o crescimento do PIB foi projetado em 3,05% neste ano e 1,93% no próximo (os dois também em alta mensal). Enquanto isso, a previsão é de que o câmbio termine esse ano em R$ 5,42 e o subsequente em R$ 5,40 (desvalorização do real em ambos os casos). Por fim, a taxa Selic deve ficar em 11,75% até o final de 2024 e 11,25% ao término de 2025 (alta mensal nos dois cenários).
No agro mundial e brasileiro, o índice global de preços dos alimentos da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) atingiu 124,4 pontos em setembro, marcando um aumento de 3% em relação a agosto, o maior crescimento mensal desde março de 2022. Esse cenário foi impulsionado por todas as commodities, com destaque para o açúcar (+10,4%), que obteve o maior salto devido a preocupações com uma oferta mais restrita no Brasil por conta de condições climáticas adversas (seca e incêndios) e pela suspensão das restrições da Índia na alocação da cana-de-açúcar para o etanol. Os óleos vegetais (+4,6%) alcançaram o nível mais alto desde o início de 2023, com destaque para o óleo de palma, em função de uma produção menor que o esperado e quedas sazonais no Sudeste Asiático. Os laticínios (+3,8%) também valorizaram, com o leite em pó integral sendo o principal responsável pela alta, seguido pela manteiga e o queijo. Nos cereais (+3,0%), o aumento foi impulsionado pelos preços do trigo, que subiram devido às condições climáticas desfavoráveis no Canadá e União Europeia. O milho também contribuiu para o aumento, influenciado pelos baixos níveis de água nos rios Madeira (Brasil) e Mississippi (Estados Unidos), além de forte demanda interna no Brasil. Por fim, as carnes (+0,4%) registraram ligeira alta, puxada pela carne de aves, com forte demanda de importação do produto brasileiro após o alívio das restrições ocasionadas pela doença de Newcastle.
Em outubro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o 1º levantamento para a safra 2024/25 de grãos, indicando mais um recorde para a produção e área cultivada no país. A produção deve chegar a 322,5 mi de t, o que representa um aumento de 8,3% ou 24,6 mi de t acima do último ciclo. Isso porque a área deve crescer 1,9% ou 1,5 mi de ha, ocupando 81,3 mi de ha considerando as culturas de 1ª, 2ª e 3ª safra.
No milho, no relatório de outubro do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a estimativa para a safra global de milho teve uma leve redução: de 1.218,57 milhões de t (setembro) para 1.217,19 (outubro), queda de 0,1% ou 1,3 milhão de t a menos. A queda é explicada pela expectativa menor da Ucrânia, que deve produzir 26,2 milhões de t nesta safra; vale lembrar que, antes da guerra, a oferta era próxima dos 30 milhões de t. A projeção nos Estados Unidos foi reajustada para cima com o avanço da colheita, estando agora prevista em 386,18 milhões de t, praticamente o mesmo volume de 2023/24. Para China, Brasil e Argentina, as estimativas foram mantidas no patamar do relatório anterior, em 292,0 (+1,0%), 127,0 (+4,0%) e 59,0 (-4,0%) milhões de t, respectivamente. Nas exportações, EUA seguem na ponta com previsão de exportar 59,0 milhões de t, o mesmo volume que a última safra; Brasil vem na sequência com 50,5 milhões de t, 4 milhões de t a mais do que no último ciclo. Os estoques globais de milho estão agora estimados em 306,52 milhões de t, 2,0% a menos ou 6,13 milhões de t menores do que 2023/24.