A crescente demanda por ovos em Portugal durante a época natalina tem gerado relatos de dificuldades na reposição do produto nas prateleiras dos supermercados. Embora o país mantenha um nível próximo de autossuficiência na produção de ovos, o aumento exponencial no consumo nesta época do ano e desafios no mercado internacional têm impactado a oferta.
Alta demanda e importações complexas
Segundo Paulo Mota, presidente da Associação Nacional dos Avicultores Produtores de Ovos (Anapo), o consumo de ovos nesta época cresce significativamente, impulsionado pelas necessidades da indústria alimentícia e pelo preparo de receitas tradicionais natalinas. Apesar do crescimento da produção nacional, com Portugal próximo de 100% de autossuficiência, o aumento da demanda exige importações, especialmente da Espanha.
Entretanto, fatores como a gripe aviária em mercados internacionais, incluindo os Estados Unidos, e a competição por exportações em países como a Espanha têm dificultado a reposição de ovos no mercado português. Ainda assim, Mota ressalta que “não me parece que vá haver grandes problemas com o abastecimento de ovos” e aponta que a produção nacional tem acompanhado o aumento do consumo.
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Do lado da produção, empresas como a Zêzereovo reconhecem dificuldades momentâneas no abastecimento devido à alta sazonal na demanda. Contudo, estão investindo no aumento da capacidade para atender às novas tendências de mercado.
Já as grandes redes de distribuição, representadas pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), garantem que não há ruptura de estoques. Apesar de falhas pontuais na reposição, a APED afirma que a situação está sendo normalizada.
O consumo de ovos em Portugal aumentou significativamente na última década, passando de 165 ovos per capita em 2015 para mais de 190 atualmente. Paralelamente, a população de galinhas poedeiras no país cresceu de 6,5 milhões para 9 milhões, reforçando a capacidade produtiva nacional.
Com a proximidade do Natal, a expectativa é de que os consumidores tenham acesso garantido ao produto, mesmo diante dos desafios momentâneos enfrentados pela indústria e pelo setor de distribuição.
Fonte: Jornal Econômico Portugal
