Os preços dos créditos de descarbonização (CBios) do programa RenovaBio entraram em sua segunda quinzena seguida de queda, depois do adiamento do prazo para cumprimento das metas deste ano, que passou de dezembro de 2022 para setembro de 2023.
De acordo com análise realizada pelo Itaú BBA, a medida deve aumentar a oferta de títulos para o atual período, mas também pode concentrar a demanda para 2023. “A prorrogação dos prazos para a efetivação das metas causará sobreposição nos períodos de aquisições de 2022 e 2023”, explica.
Até o momento, considerando tanto os papéis aposentados ao longo do ano quanto os ainda disponíveis, o número de títulos disponibilizados ao mercado é de 28,89 milhões. Este montante é suficiente para o cumprimento de 80,3% da meta oficial do RenovaBio para 2022, de 35,98 milhões.
Preços em baixa
De 1º a 15 de agosto, os títulos foram negociados entre R$ 88,60 e R$ 179. O valor mais alto, que caracterizou uma exceção para o período, foi registrado no início da quinzena, enquanto o mais baixo aconteceu no dia 8.
Os números fazem parte do acompanhamento do mercado de CBios realizado pela Bolsa de Valores Brasileira (B3), única entidade registradora do RenovaBio.
Conforme cálculos do NovaCana realizados a partir dos dados da B3, o valor médio da quinzena ficou em R$ 90,87 por CBio. Este resultado representa uma retração de 13,5% ante os R$ 105,01 vistos na segunda quinzena de julho.
Ainda assim, o preço está 30,3% acima da média histórica do programa, de R$ 69,75. Ele também é 131,2% superior à média de 2021, R$ 39,31. Entretanto, atualmente, ele está 23,9% abaixo do acumulado de 2022, de R$ 119,35.
Desde a implantação das negociações, em junho de 2020, os CBios foram vendidos entre R$ 15 e R$ 209,50. Neste ano, por sua vez, os preços variaram entre R$ 31,99 e R$ 209,50
Na primeira quinzena de agosto, 1,05 milhão de créditos foram negociados, um volume 13,9% abaixo do visto no final do mês anterior, de 1,21 milhão de créditos. O montante também está 6,5% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, de 1,12 milhão.
“Os números refletem todas as operações de compra e venda envolvidas em um ciclo de negociação. Assim, no caso de intermediações realizadas por corretoras ou outras instituições, primeiro é realizada uma operação de compra das quantidades e, depois, uma operação de venda para o investidor final”, explica a B3.
Emissões em queda
No período, as usinas de biocombustíveis certificadas no RenovaBio emitiram 900,37 mil CBios, queda de 39,6% em relação aos 1,49 milhão de créditos que entraram no programa na metade final de julho. O montante também representa uma queda de 0,3% na comparação anual.
Com isso, a quantidade de créditos emitidos em 2022 subiu para 18,44 milhões, ficando 0,3% abaixo dos 18,52 milhões vistos no mesmo período de 2021.