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Disputa Comercial

Mubadala e Raízen continuam disputa pela BP Bunge Bioenergia

As duas ofertas foram apresentadas às companhias em outubro passado, mas os controladores estavam aguardando os resultados das eleições presidenciais para seguirem com o negócio. 

Mubadala e Raízen continuam disputa pela BP Bunge Bioenergia

A venda da BP Bunge Bioenergia, joint venture da petroleira britânica BP e da americana Bunge, concentra agora a disputa nas mãos do fundo soberano Mubadala e a Raízen, que são finalistas no processo, de acordo com a apuração foi feita pelo jornal Valor Econômico.

Segundo fontes familiarizadas com o assunto, mas não identificadas pela reportagem do Valor, a gigante de Abu Dhabi aceita pagar a operação em dinheiro, enquanto a Raízen propôs outros meios, incluindo troca de ações.

A Bunge e a BP estaria, segundo a reportagem, avaliando qual o melhor formato para fechar o negócio. Criada em 2019, a joint venture tem 11 usinas de açúcar e etanol, com capacidade para moer quase 33 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra.

No ciclo encerrado em março de 2022, a receita operacional líquida da empresa totalizou R$ 7,2 bilhões, com lucro líquido de cerca de R$ 1,7 bilhão. As unidades produtoras estão instaladas em Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins.

As duas ofertas foram apresentadas às companhias em outubro passado, mas os controladores estavam aguardando os resultados das eleições presidenciais para seguirem com o negócio. O banco JP Morgan está assessorando a BP Bunge Bunge Bioenergia, e o Bradesco BBI, o Mubadala.

Para o Mubadala, a transação marcaria sua segunda tacada em combustíveis no Brasil, desta vez em renováveis. A primeira foi a compra da Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, que pertencia à Petrobras, por US$ 1,65 bilhão. O fundo de Abu Dhabi levantou capital este ano para investir no Brasil. A gestora também fez oferta para comprar o controle da Burger King no Brasil, mas não chegou a um acordo financeiro.

Os ativos da BP Bunge Bioenergia são também estratégicos para a Raízen (joint venture entre Cosan e Shell), líder  do segmento. A companhia tem capacidade atual para moer 100 milhões de tonelada de cana e foi um dos grupos que chegaram a olhar os negócios da gigante americana do agro na época, mas as conversas não foram levadas adiante.

Nem a BP Bunge Bioenergia, nem a Raízen quiseram comentaram o assunto com a reportagem do Valor. O Mubadala não deu retorno aos pedidos de entrevista até o fechamento.