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Taxação

Agro goiano reage contra proposta de criação de taxa para fomentar investimentos em estradas

Medida serviria para compensar perdas na arrecadação de ICMS no Estado

Agro goiano reage contra proposta de criação de taxa para fomentar investimentos em estradas

O agro goiano reagiu contra uma proposta apresentada pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil), em reunião com entidades na segunda-feira, para a criação de um fundo de investimentos em estradas estaduais alimentado com recursos arrecadados dos produtores por meio de uma nova taxa. A medida serviria para compensar as perdas na arrecadação de ICMS no Estado devido à redução das alíquotas de combustíveis, energia elétrica e telecomunicações.

A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) disse que é “contra a criação de qualquer tipo de taxação do setor” e que não vai integrar o grupo de análise do projeto. A entidade ressaltou que os custos de produção aumentaram e que o movimento arrecadatório poderia “inviabilizar o setor agropecuário” goiano.

“Sabemos da necessidade de se investir em infraestrutura no Estado, e que é importante não só para os produtores quanto para todos os setores em geral. No entanto, não é momento de se pensar em mais custos, é preciso pensar em mais estímulos para produção”, disse ontem a entidade, em nota.

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO) também criticou a proposta. “A gente fica bastante preocupado e tem uma primeira posição contra a criação de novos impostos que atinjam o setor produtivo. O setor vive de algumas oscilações, climáticas e de preços. O aumento da carga tributária nesse momento seria extremamente nocivo ao setor”, disse o presidente Joel Ragagnin, durante a reunião com Caiado na segunda-feira.

A proposta de criação do fundo foi apresentada pessoalmente por Caiado aos produtores. O governador explicou que outros Estados já têm fundos semelhantes (como o Fethab, em Mato Grosso), que a administração dos recursos arrecadados
contaria com a participação do setor produtivo e que a destinação seria exclusiva para investimentos na infraestrutura de Goiás, o que geraria retorno imediato para o desenvolvimento da agropecuária, de acordo com informações publicadas pela
assessoria do governo.

Caiado disse que os cálculos para a criação do fundo estão em estudo e contam com a contribuição da Faeg, que negou participação na elaboração da proposta. O projeto, caso saia do papel, precisará ser enviado para votação na Assembleia
Legislativa do Estado.

Segundo Caiado, a redução das alíquotas de ICMS vão gerar perda de arrecadação de R$ 4 bilhões ao ano em Goiás.