A Circovirose Suína representou grandes prejuízos à suinocultura brasileira. Por ser imunossupressora, torna os animais mais vulnerárias a agentes patogênicos causadores de doenças entéricas e respiratórias. O seu impacto econômico é evidente nas granjas, pois eleva a mortalidade, gera atrasos produtivos e infecções secundárias. No Brasil, a enfermidade foi diagnosticada pela primeira vez em 1999. Rapidamente, ela se espalhou por todas as áreas de produção intensiva de suínos do país, se tornando endêmica.
Os leitões são os mais afetados. A chamada Síndrome Multissistêmica do Definhamento Suíno (SMD), causada pelo PCV2, afeta predominantemente leitões entre cinco e 12 semanas de idade, embora haja registros de casos em animais com até 24 semanas. Os casos de mortalidade e morbidade estão correlacionados às práticas de manejo e a fase em que o surto aparece na granja.
O controle da enfermidade no país só foi possível a partir da adoção de regras rígidas de biossegurança e de medidas efetivas de controle baseadas no chamado “20 Pontos de Madec”. Estas ações foram essenciais, mas o efetivo controle do PCV2 na suinocultura brasileira se deu mesmo a partir do uso de vacinas e programas vacinais específicos.
Nesta edição, matéria especial retrata algumas das principais vacinas do mercado, assim como as tecnologias aplicadas em seu desenvolvimento e características técnicas principais. Tudo isto acompanhado da opinião dos profissionais técnicos das empresas de produtos veterinários, especializados em suínos.
Desde a introdução das vacinas contra Circovirose na suinocultura brasileira, pesquisas têm apontado para uma redução da carga viral nos plantéis; se comparada ao seu início no país, hoje é possível dizer que ela está controlada. No entanto, a atenção e cuidados são essenciais, evitando assim que a doença ressurja com força em algum momento futuro.
Humberto Luis Marques
Editor Suinocultura Industrial