Com a aprovação do reajuste de 52% na bandeira tarifária vermelha patamar 2 (cobrança adicional aplicada às contas de luz realizada quando aumenta o custo de produção de energia), as placas fotovoltaicas voltam a se destacar como alternativa para reduzir o valor da conta. Segundo o diretor-regional do SENAI, Rodolpho Caesar Mangialardo, a tecnologia tem vantagens para o sistema elétrico, para o meio ambiente, para a economia e para o consumidor.
“O SENAI vem trabalhando há alguns anos no sentido de melhorar as despesas envolvendo especificamente energia elétrica. A gente teve um passivo muito grande com relação à energia durante a pandemia, em que as concessionárias absorveram muito as despesas e inadimplências e, agora, a gente vê que esse ‘prejuízo’ está sendo diluído”, explicou Rodolpho Mangialardo. Ele alerta que, com o crescimento do País, é possível que tenhamos mais crises hídricas e falta de energia. Por isso é importante já se preparar e pensar em alternativas renováveis.
O consultor do Programa SENAI de Gestão Energética do SENAI Empresa, engenheiro-eletricista Sebastião Dussel, ressalta que ter energia solar não evita o pagamento da bandeira tarifária, mas o valor fica limitado ao consumo mínimo. E é esse o valor que todo consumidor de energia elétrica atendido em baixa tensão precisa pagar mensalmente à distribuidora. A faixa é estabelecida pela Aneel para cada tipo de ligação, e, no caso de trifásica, fica em 100 kWh/mês. “Uma unidade consumidora que não possui geração própria e consome, por exemplo, 1.000 kWh no mês vai pagar, com o último reajuste concedido pela Aneel, R$ 62,43 de bandeira. Se tivesse geração própria, esse valor seria de R$ 6,24, representando uma redução de 90%”.
De acordo com Dussel, a energia solar já vinha apresentando crescimento exponencial nos últimos dois anos. “A crise hídrica anunciada evidencia ainda mais a importância da energia fotovoltaica. Além de ser uma energia limpa e abundante na natureza”. Isso porque, conforme o engenheiro-eletricista do SENAI Empresa, apresenta rapidez e facilidade na instalação, dispensa a implantação de redes elétricas para o transporte quando a geração é junto à carga, e sofre menos interferência da natureza do que as fontes hidráulicas, que é a base estruturante que a matriz elétrica brasileira ainda está apoiada.