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Economia

Greenvolt fecha semestre com lucros de um milhão de euros

As contas da empresa de energias renováveis da Altri no semestre foram impactadas por efeitos não recorrentes, "não sendo por isso diretamente comparáveis", ressalva a Greenvolt

Greenvolt fecha semestre com lucros de um milhão de euros

A Greenvolt, a empresa de energias renováveis subsidiária da Altri que entrou em bolsa este mês, fechou o primeiro semestre com lucros de 1 milhão de euros, menos 82% face aos 5,8 milhões registados no período homólogo. Na apresentação de resultados publicada esta quarta-feira, a empresa ressalva que “os resultados do primeiro semestre de 2021 foram impactados por vários efeitos não recorrentes, não sendo por isso diretamente comparáveis” com o semestre homólogo. 

Um dos efeitos não recorrentes diz respeito aos custos com a aquisição da central de biomassa Tilbury Green Powercentral, no Reino Unido, que ascendem a 3,3 milhões de euros. A aquisição concretizou-se a 30 de junho, e estes custos foram contabilizados, mas os resultados da Tilbury não foram consolidados, não tendo impacto na demonstração dos resultados.

Incluindo a Tilbury, a Greenvolt registou um aumento das receitas no semestre de 42,4%, para 66 milhões de euros, e uma subida do EBITDA de 66%, para 26,1 milhões de euros. Contabilizadas apenas as receitas de Portugal, estas encolheram 9,8% para 41 milhões de euros no semestre, enquanto o EBITDA recuou 11,3% para 13,9 milhões de euros. 

A quebra das receitas em Portugal é justificada pela empresa com outro efeito não recorrente, relacionado com as paragens de manutenção programadas das centrais de Constância, da Figueira da Foz e da Vila Velha de Ródão. O período de paragem desta última foi o que teve mais impacto, por ser superior a três meses. Quando estiver concluído, “levará a um reforço da disponibilidade e a um aumento da capacidade de injeção em cerca de 1,5 MWh adicionais”. O regresso pleno às operações terá lugar em setembro de 2021.

Devido às paragens, a geração energética no primeiro semestre de 2021 ascendeu a 352,0 GWh, menos 2,1% face aos 366,4 GWh produzidos no período homólogo de 2020.

A dívida líquida financeira no período situou-se em 266,4 milhões de euros, mas a empresa ressalva que após a concretização do IPO, a 14 de Julho, “e de os bancos coordenadores globais terem exercido a Greenshoe Option (26 de Julho), a GreenVolt aumentou o seu capital em cerca de 150 milhões de euros, reduzindo a sua dívida financeira líquida”. 

“A GreenVolt já é atualmente uma empresa de referência nas energias renováveis, claramente diferenciadora, com uma excelência operacional na produção de energia elétrica renovável a partir de biomassa residual – a biomassa certa, que contribuiu para a economia circulara e para externalidades positivas no ambiente – e explorando as oportunidades mais rentáveis no segmento das energias solar fotovoltaica e eólica, sendo já um major europeu no segmento da promoção e desenvolvimento de projetos.

Traçamos objetivos ambiciosos e estamos no caminho certo para os atingir, e com a ambição de os ultrapassar” ressalva o CEO da empresa, João Manso Neto, citado no comunicado. 

No período em análise, a Greenvolt concluiu, além da aquisição da Tilbury, a compra da V-Ridium, “promotor de projetos de energia solar e eólica de abrangência pan-europeia, com portfolio de projetos na Polónia, Grécia e Itália”, e assinou a compra de 70% da Profit Energy, sendo que nenhuma teve ainda impacto nas contas do semestre. 

No que toca à energia renovável solar fotovoltaica e eólica, a empresa refere que em 2021 “terá numa fase pré-construção (Ready to Build) cerca de 300 MW, dos quais, 62 MW em Portugal”. Já em 2022, os projetos em pré-construção atingirão cerca de 630 MW, “destacando-se 250 MW na Grécia e 230 MW na Polónia”. Na prática, “foram obtidos para 2022 cerca de 350 MW adicionais de projetos em Ready to Build face aos dados previamente anunciados ao mercado”, passando assim de cerca de 600 MW previstos para 2022 para mais de 900 MW. 

Relativamente à geração energética renovável descentralizada, a Greenvolt refere considerar “esta área de negócio como estratégica, na qual ambiciona reforçar a sua quota de mercado a nível Europeu”.