Os investimentos do setor agropecuário em energia solar no país, que somaram R$ 1,26 bilhão entre 2013 e 2019, ganharam tração e chegaram a R$ 1,67 bilhão apenas em 2020. O levantamento, da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), mostra, ainda, que no primeiro semestre deste ano o montante superou R$ 1,1 bilhão, alçando o total já aplicado a R$ 4,04 bilhões.
Nas contas da Absolar, de 2012 ao fim de julho deste ano os investimentos em energia solar no Brasil atingiram R$ 32,21 bilhões, incluindo todos os setores. A participação do agro, assim, representou 12,5% do total no período. Em potência gerada, o agro representa 13,3% atualmente, com 839 megawatts (MW) dos 6.310 MW totais.
Atraso
Segundo o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, diversos fatores contribuíram para o forte crescimento da energia solar no campo desde o ano passado, mas o principal deles é o fato de que o Brasil ainda está muito atrasado nessa frente. Ele afirma que o produtor rural tem “despertado” para a economia que essa tecnologia pode representar, e para a previsibilidade de custos que ela oferece. O executivo lembra que energia solar pode ser usada desde a irrigação das lavouras até a refrigeração do leite, entre muitas outras finalidades.
Segundo ele, a tecnologia também pode ajudar o agronegócio a atender à demanda dos consumidores por produtos mais sustentáveis.
Por fim, o presidente da Absolar realça que os investimentos também vêm aumentando com a abertura de novas linhas de crédito dentro do Plano Safra. Nesta temporada 2021/22, a linha de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) conta com recursos para investimento em energia solar, bem como o Inovagro, o Prodecoop (médios produtores) e o Pronaf (agricultura familiar). E também há linhas disponíveis em bancos públicos e privados e em cooperativas.