O diretor de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Gedeão Pereira, acredita que, em dez anos, o Brasil será um grande fornecedor de alimentos para a Índia e essa movimentação tende a ser impulsionada pelo crescimento populacional do país asiático. “Hoje a população da Índia ultrapassa 1,3 bilhão de pessoas e em pouco tempo será a maior do mundo. No médio e longo prazo, ela terá de importar alimento de outros países, uma vez que o campo não está preparado para atender esse consumo interno crescente”, diz o executivo em nota depois de participar da missão brasileira à Índia, realizada entre 22 e 27 de janeiro.
Diante da necessidade de compras do mercado indiano, Pereira afirma que o Brasil tem condições de se tornar o principal fornecedor. “A visita do governo brasileiro foi muito importante para estreitar o relacionamento comercial e estabelecer confiança entre os países”, diz. Durante a missão, o Ministério da Agricultura firmou cooperação técnica na área de produção animal. O acordo prevê parceria em sanidade animal, capacitação técnica e pesquisa em genômica bovina e intercâmbio mútuo de germoplasma (material genético). O Brasil também vai exportar gergelim para o mercado indiano e passará a importar sementes de milho.
Em 2019, o Brasil exportou US$ 841 milhões em produtos agropecuários para a Índia. Óleo de soja, açúcar de cana e algodão foram os destaques nas vendas e representaram cerca de 70% da pauta exportadora do agro brasileiro ao país.
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