De olho nas mudanças climáticas, o Itaú decidiu investir em uma nova oferta de produtos que envolvem práticas mais sustentáveis. A partir deste mês, o banco irá oferecer aos seus clientes financiamento e consórcio de carro elétrico e crediário para painel solar — para pessoas físicas e também para pequenas empresas.
Ao realizar uma análise de 25 setores da economia, que equivalem a 65% de sua carteira de clientes, o banco identificou os riscos e oportunidades climáticas que impactam, em diferentes níveis, todos esses segmentos. “O desafio é trazer essas questões e incorporá-las à oferta de crédito do banco”, diz a gerente de sustentabilidade e negócios do Itaú Unibanco, Maria Eugênia Sosa Taborda. “Todas as indústrias deveriam estar cientes dos riscos e impactos que podem causar”, afirma a gerente, “e também do que podem fazer para melhorar.”
Uma parceria entre as áreas de risco socioambiental e de crédito do banco possibilitou o desenvolvimento de uma metodologia para avaliar os riscos climáticos na carteira em períodos de três e dez anos. “Isso nos ajuda a compor o nosso portfólio”, afirma a gerente. Entre as iniciativas que deverão ser lançadas ao longo do primeiro semestre deste ano estão um leilão de energia solar para abastecer prédios e agências, um marketplace de produtos sustentáveis e uma campanha e treinamento para as empresas emitirem títulos verdes – os chamados green bonds.
Com mudanças na tecnologia e na regulação, Maria Eugênia acredita em uma pressão maior para que as empresas se adaptem a um cenário mais sustentável. “Aquelas indústrias que não começarem a fazer a transição podem ser menos rentáveis no médio prazo”, diz. “E o nosso papel é ajudar os clientes a realizarem esse processo e irem para uma economia de baixo carbono.”
O incentivo ao uso do carro elétrico e à instalação de painéis solares foram o primeiro passo, segundo a executiva, graças a uma demanda crescente dos clientes. “Se compararmos com o restante das ofertas do banco, ainda é uma fatia pequena, mas a demanda está crescendo”, afirma. “Existe uma consciência tanto das pessoas como das empresas de que é preciso migrar para esse tipo de tecnologia.”