A cooperativa Dália Alimentos registrou crescimento de 5% no faturamento bruto em 2018, na comparação com o ano anterior. O resultado foi comemorado pela empresa, que, no entanto, apontou que 2018 foi um ano de crise e adversidade para “inúmeras empresas brasileiras”. A cooperativa de Encantado registrou R$ 1.142.302.792 de receita operacional bruta. Em 2017, o montante foi de R$ 1.088.490.094. Com o resultado do último ano, houve sobra de R$ 5.705.883. Deste lucro, R$ 2.641.748 estará à disposição da Assembleia Geral Ordinária (AGO), que ocorrerá no dia 29 de março, às 10h, na SCREC, em Encantado. Neste dia, também serão apreciadas, julgadas e aprovadas as contas e o balanço do exercício que passou.
O presidente executivo da cooperativa, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, explicou que o exercício de 2018 foi complexo devido à crise econômica e financeira que assolou o país desde 2017. “Enquanto muitas empresas amarguraram o fechamento do balanço no vermelho, nós, da Dália Alimentos, tivemos motivos para comemorar. Embora os resultados tenham sido menores do que planejávamos nos consideramos vencedores por superar uma das piores crises até então registradas nos últimos anos”, destacou.
Freitas citou como fatores que influenciaram e determinaram o baixo desempenho das empresas a crise política, a deflagração das Operações Carne Fraca e Trapaça, a greve dos caminhoneiros, as eleições e a redução da oferta do crédito rural das agroindústrias. O presidente executivo também projetou aos associados os milhões pagos anualmente com impostos, juros, fretes e pedágios. “Em 2018 a Dália gastou R$ 148,7 milhões em impostos, R$ 73 milhões em fretes, R$ 16,3 milhões com juros bancários e R$ 2,5 milhões em pedágios. O país precisa mudar, pois desta maneira é muito difícil competir com outros países, bem como ter rentabilidade e viabilidade”, criticou.
Quanto ao Plano de Metas para 2019, Freitas adiantou que foi elaborado no mês de outubro do ano passado, em meio ao pleito eleitoral, e que poderá sofrer alterações conforme o andamento da economia do país, a qual se estima apresentar reação positiva no transcorrer dos meses. De acordo com ele, a receita operacional bruta prevista para este ano é de R$ 1.206.709.535,00 e a sobra líquida estimada de R$ 3.870.107,00.
Na economia, de forma geral, ele espera que o cenário proporcione melhorias gradativas com base na confiabilidade da população. Para o setor das carnes, a tendência é apresentar melhorias e modificar a imagem negativa causada pelas operações Carne Fraca e Trapaça, que desmoralizou o mercado das carnes no Brasil. No setor dos lácteos, Freitas avalia 2019 como um ano positivo, com a retomada gradativa do preço do leite entre os meses de março e agosto.
Reestruturação do quadro social
O presidente do Conselho de Administração, Gilberto Antônio Piccinini, prestou contas e falou acerca dos programas, das ações, dos projetos e dos eventos que foram desenvolvidos em 2018 e estão programados para este ano. Conforme ele, em 2018, somente em Retribuição Social, valor pago a associados a partir dos 65 anos – cujo programa passou a vigorar em 2007 – foram entregues R$ 351 mil. Já em Beneficio Sócio-Fundador o valor liquidado no ano passado foi de R$ 37 mil.
Um dos assuntos que também ganhou destaque e ênfase foi quanto à reestruturação do quadro social, que deverá ser realizada até junho de 2019, com a eleição, escolha e posse dos novos delegados. Neste remanejamento serão organizados os delegados conforme área de proximidade e abrangência com cada associado. “A intenção é melhorar a logística, racionalizar as despesas e ter um delegado para, no máximo, 50 associados”, explicou Piccinini, informando que atualmente a cooperativa possui 137 delegados. A eleição das novas lideranças, cujo mandato será de quatro anos, ocorrerá entre os meses de abril e maio com posse em junho, mês de aniversário de fundação da cooperativa.
Cooperativa Dália Alimentos Ltda.
Será levada à Assembleia Geral Ordinária (AGO) proposta de modificação da razão social da empresa, passando de Cooperativa dos Suinocultores de Encantado Ltda. (Cosuel) para Cooperativa Dália Alimentos Ltda. “Há anos somos reconhecidos em âmbitos nacional e internacional pela marca Dália Alimentos, portanto, nada mais digno e justo que modificar a razão social com vistas também de fortalecer a nossa marca, reconhecida por todos como Dália Alimentos”, justificou Piccinini.
Frango “Golden Chicken”
Um dos assuntos aguardados pelos associados e também abordado por Piccinini foi o andamento do Projeto Frango de Corte, dividido em quatro etapas: a primeira consiste no matrizeiro que será construído na cidade de Vale Verde, gerando 24 postos de trabalho e constituído por uma associação formada por 37 membros, todos funcionários da Dália Alimentos. A segunda etapa será o incubatório, em fase de edificação no município de Mato Leitão, que contará com 22 empregados. A terceira etapa consiste nos nove núcleos de produção de frango de corte com a participação de 176 associados. A quarta e última etapa do projeto consiste no Complexo Avícola, constituída pelo frigorífico, pela fábrica de rações e pela fábrica de farinhas, totalizando a geração de 340 postos de trabalho em Palmas, no município de Arroio do Meio.
Conforme Freitas, a partir do mês de abril nove tipos de cortes estarão no mercado com a qualidade Dália e o nome de “Golden Chicken”. A produção inicial será realizada através de uma parceria no sistema de intercooperação com a cooperativa Languiru, de Teutônia. Em outubro deste ano, com a inauguração do Complexo Avícola da Dália Alimentos, o abate inicial será 55 mil frangos diários. “Em abril iniciaremos uma parceria com a Languiru, vamos sentir o mercado e queremos que o frango Dália seja um produto diferenciado, por isso o nome “Golden Chicken”, que na tradução significa Frango Dourado, que, para nós, nada mais é que o nosso sonho dourado”, pontua Freitas.