O Paraná será o primeiro estado brasileiro a conceder incentivo fiscal para estimular a produção e o uso de carros elétricos. O anúncio foi feito pelo governador Carlos Massa Ratinho Júnior, durante o Smart City Expo Curitiba 2019, segunda edição brasileira do maior evento de cidades inteligentes do mundo, que ocorreu até esta sexta-feira (22).
Um projeto de lei propõe zerar a alíquota de IPVA de veículos elétricos, que hoje é de 3,5%, foi assinado pelo governador no evento, juntamente com o chefe da Casa Civil do Estado, Guto Silva, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, e Roberto Marcelino, diretor do iCities.
Será apresentada ainda uma proposta de convênio ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para que o estado possa isentar o ICMS para a aquisição desses veículos. A medida é um incentivo ao uso de energia limpa para o transporte. “A ideia é diminuir cada vez mais o preço dos veículos elétricos e torná-los mais acessíveis à população”, afirmou Ratinho Junior no evento.
A escolha do governador de anunciar a medida no Smart City 2019 casa com as questões sobre mobilidade, biodiversidade e bem-estar social que nortearam as palestras e os debates realizados durante a manhã e tarde do primeiro dia de evento.
“É impossível pensar a tecnologia sem ter o ser humano como foco. Se a tecnologia não transforma a vida das pessoas, ela não terá servido de nada. É preciso identificar as necessidades da comunidade de uma cidade e usar a tecnologia em prol dessas demandas”, afirma o pesquisador e palestrante, Caio Esteves.
Segundo o também pesquisador em smart cities, Yuri Lima, é fundamental transformar os espaços urbanos a partir do engajamento da população. “Esse ecossistema de inovação tem que estar atento ao bem-estar das pessoas e manter nos cidadãos essa sensação de pertencimento”, salienta.
Durante a palestra de abertura do evento, este tema foi ressaltado pela pesquisadora Ana Carla Fonseca, autora do livro “Cidades Criativas. “O desafio é colocar as cidades como plataformas para a inovação a favor das pessoas. Olhar no dia a dia o que o cidadão se apropria dos estímulos contínuos. É preciso pensar a cidade de maneira transversal”, apontou Ana Carla.