Há um ano e meio, a passagem do furacão Maria causava o blackout mais longo registrado na história dos Estados Unidos. A ilha de Porto Rico, que é território dos Estados Unidos, ficou incríveis 11 meses sem fornecimento de energia. O desastre trouxe um ponto positivo: a ilha repensou o seu modelo e fontes de energia. O resultado é um projeto de lei que deve obrigar o território a ter 100% de sua energia vinda de fontes renováveis até o ano de 2050. O projeto já passou pelo semando e deve ser sancionado dentro de um mês.
Depois do desastre natural, diversas empresas e organizações começaram a instalar painéis solares e baterias em hospitais, centros comunitários e em locais com infraestruturas críticas, como estação de tratamento de esgoto. Uma dessas iniciativas partiu de Elon Musk: a Tesla, sua montadora de carros elétricos, instalou microusinas de energia em Porto Rico. Os projetos começaram como emergenciais, mas evidenciaram que a energia renovável em larga escala faz sentido para a realidade da ilha.
O sistema elétrico de Porto Rico é um dos mais antigos dos EUA. A maioria das estações ficam localizadas ao sul da ilha, e tem que percorrer relevos altos para abastecer a população ao norte.
Além disso, metade da matriz vem de óleo importado, o que torna a energia mais cara do que se fosse energia solar ou eólica. Essas energias renováveis têm se tornado mais acessíveis e combinam com a geografia local, além da possibilidade de serem instaladas próximas das pessoas.
Porto Rico não é o único a agir para mudar o seu modelo energético. O Havaí tem uma lei para garantir que sua energia se torne renovável até 2045. Em 2018, a Califórnia também estabeleceu a mesma meta que os havaianos, com um objetivo interno de tornar 60% até 2030. A capital norte-americana de Washington também espera usar apenas fontes renováveis de energia até 2032.