Os preços do milho oscilaram em março, mas encerraram o período acima dos patamares observados em fevereiro. O início do mês foi marcado por fortes altas, tanto no mercado interno quanto no externo. No Brasil, as valorizações estiveram atreladas aos baixos estoques de compradores, que precisaram ceder nas negociações em alguns momentos. Já no mercado internacional, as altas refletiram preocupações com o clima na Argentina. Na segunda metade do mês, porém, o movimento de alta perdeu força no Brasil – vendedores se afastaram do mercado, preocupados com o desenvolvimento da nova safra, e o interesse de compradores por novas aquisições diminuiu, reduzindo a liquidez.
Apesar das oscilações, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas, SP) registrou alta de 2,9% no acumulado do mês, fechando a R$ 40,35/sc da 60 kg no dia 29. Já a média de março foi de R$ 41,37/sc de 60 kg, aumento de 19,4% frente à de fevereiro. Na comparação com março/17, os preços subiram 26% no mercado disponível e 20% no de balcão.
Em abril, os preços de frete devem diminuir, devido à aproximação do encerramento da colheita da soja – ainda em março os valores já estavam mais atrativos, elevando o número de negócios de milho em alguns momentos.
Quanto às exportações, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil embarcou 605,3 mil toneladas de milho em março, volume 2,5 vezes maior que o exportado no mesmo período do ano passado. Frente a fevereiro/18, porém, os envios recuaram 51%.
Isso porque, nos portos, o ritmo de negócios também é lento, já que agentes têm priorizado a comercialização da soja. No acumulado de março, o preço do milho disponível no porto de Paranaguá (PR) subiu 19,5%, a R$ 38,38/sc. Apesar da alta, as cotações no mercado interno seguem mais atrativas aos negociantes brasileiros.
No campo, as condições climáticas eram favoráveis aos trabalhos até meados da última semana do mês. Porém, no Sul do País, chuvas excessivas atrapalharam as atividades.
No Paraná, segundo o Seab/Deral, 59% da área havia sido colhida até o dia 2 de abril, e 88% das lavouras que ainda precisam ser colhidas estão em boas condições. No Rio Grande do Sul, as atividades haviam alcançado 78% da área até o dia 28, segundo a Emater. Já a segunda safra do milho está sendo finalizada com boas expectativas, visto que o clima tem favorecido o desenvolvimento das lavouras.
Na Argentina, relatório da Bolsa de Cereales aponta que 18% da área nacional já foi colhida. Porém, a expectativa é de que as lavouras da Argentina tenham sido prejudicadas pela falta de umidade.
Ainda no cenário internacional, pela primeira vez o relatório do USDA indicou que a área de milho nos Estados Unidos pode ser menor que a de soja. Nesse cenário, os vencimentos na CME Group (Bolsa de Chicago) avançaram.
Com isso, o contrato Mai/18 registrou alta de 3,5% no mês, a US$ 3,8775/bushel (US$ 152,65/t) no dia 29; o contrato Jul/18 subiu 3,7% em relação a fevereiro, fechando a US$ a US$ 3,9625/bushel (US$ 155,99/t).
Na [B]³, a retração de compradores e vendedores cedendo nas negociações levaram a uma oscilação de preços durante o mês. Os vencimentos Mai/18 e Jul/18 registraram altas de 1,5% e de 2,4% em março, fechando a R$ 37,58 e a R$ 36,40/sc de 60 kg, respectivamente, no dia 29.