A suinocultura de Mato Grosso do Sul tem hoje o maior índice de produtividade no país, status alcançado por meio de soluções de sustentabilidade adotadas pelo produtor rural, como a produção de energia elétrica a partir do biogás.
O setor cresceu nos últimos anos com a ampliação das indústrias, além do aumento da oferta de crédito para os produtores integrado e da desburocratização do licenciamento ambiental da atividade, realizada pelo Governo do Estado.
“Nossa suinocultura ocupa o 8º lugar no ranking nacional e hoje o melhor índice de produtividade do país. Nossa média de abate é um animal com 135kg a 140 kg, sendo que uma fêmea inseminada chega a produzir quase 1 tonelada de carne”, afirma Celso Philippi Júnior, presidente da Asumas (Associação Sul-mato-grossense dos Suinocultores). “Temos granjas tecnificadas, altamente sustentáveis. Os dejetos da produção são usados como solução e geração de renda, na fertirrigação, com ganhos de produtividade para a lavoura, recuperando o pasto e beneficiando o rebanho bovino, além da geração de energia”, complementa.
De acordo om Celso Philippi, “A empresa Agriness nos conferiu o título de Estado com os melhores resultados técnicos do país. São 25 anos de história e de estruturação de uma suinocultura, que começou de uma maneira muito incipiente, mas que hoje está fortalecida, por ter sido construída sob uma base sólida. Nossos produtores são engajados e entendem a necessidade de estarmos unidos, bem representados, para que juntos, possamos acumular mais força e obter aquilo que precisamos. Com isso, iniciamos agora uma nova fase de crescimento contínuo”.
A atração de investimento privado, intermediada pela Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Produção e Agricultura Familiar), é outro fator relevante para o crescimento do setor.
“Temos hoje investimentos de R$ 500 milhões nas indústrias do setor instaladas no Estado. Esse cenário atual da suinocultura é fruto do empenho do Governo do Estado. Estamos aprimorando, em conjunto com o setor, o programa Leitão Vida para que esse crescimento continue. Mato Grosso do Sul pode ser considerado hoje a bola da vez na expansão da suinocultura. O Governo do Estado tem hoje uma política muito clara de incentivo aos produtores, com o objetivo de dar competitividade à cadeia, principalmente, àqueles que investem em tecnologia”, comentou o secretário Jaime Verruck, da Semagro.
Sustentabilidade
A Fazenda Córrego Azul, em Brasilândia, é um dos modelos de sustentabilidade que a suinocultura oferece. A propriedade, de Helder Hifog, produz energia elétrica a partir de biogás.
O gás metano é gerado em quatro biodigestores que recebem os resíduos das granjas de suínos da propriedade e das integradas. Em seguida, é transportado em um gasoduto interno, com 10 km de extensão, até a termelétrica, com produção inicial de 0,75 MW, o suficiente para suprir 70% dos 150 mil kW consumidos mensalmente na propriedade, alimentando duas fábricas de ração, área administrativa e pivôs de irrigação. O projeto da termelétrica recebeu licença de operação do Imasul há poucos dias e é inédito dessa forma no país.